Edição especial 200 minas MM397_finalbx | Page 14

MI N ÉR I O D E F E R R O produto da britagem seguirá para a pilha pulmão, sendo retomado por meio de alimentadores para o prédio de moagem e classificação. O ob- jetivo da moagem é liberar os minerais de ferro dos minerais deletérios (ganga) e a classificação será a responsável por adequar a granulome- tria para os processos de concentração mineral. Antes do material classificado seguir para a etapa de concentra- ção mineral, passará pelo processo de deslamagem para a retirada das partículas minerais extremamente finas (granulometria abaixo de 38 µm) por meio do overflow deste circuito; e o underflow, produto da deslamagem, será conduzido para a etapa de concentração mineral por flotação consorciada com separação magnética. O produto desse processo é o produto final denominado de pellet feed. Este será conduzido para o sistema de adensamento por meio de espessadores e filtragem para adequação de umidade e posterior em- pilhamento. E, assim, estará pronto para o embarque via ferrovia. possibilita a recuperação de parte do minério de ferro presente no re- jeito. Dependendo do teor de ferro contido no rejeito, pode chegar a 20% de recuperação. Após essa etapa, o rejeito passa por um conjunto de filtros-prensa da Matec. Depois dessa operação, o rejeito em formato de tortas sai apenas com 14% de umidade – e cerca de 80% da água retirada no filtro- -prensa recircula no processo. Ao invés do resíduo sólido ser lançado na barragem, ele é empilhado no pátio da pilha de rejeito a seco. A mineradora já realiza secagem de cerca de 40% do rejeito produ- zido. Mas o desenvolvimento da Fase II desse projeto – em andamento - ampliará sobremaneira esse índice. Por outro lado, as barragens existentes no complexo têm passado por mudanças. Na principal delas, a barragem de Casa de Pedra rece- beu extensa recomposição topográfica no dique de sela e ombreira. Outras barragens passam por processo de disposição de rejeito controlado – verifica-se ainda sistema de disposição alternativa de re- jeito, com empilhamento drenado, baias de ressecamento etc. Segundo a CSN Mineração, a barragem Casa de Pedra continuará sendo utilizada em situações extremas como as manutenções da planta de filtragem. As demais barragens (B4 e B5) serão descaracterizadas. A planta central de Casa de Pedra atende a dois terços da produção da unidade. Há ainda dois processos a seco – numa planta móvel e na unidade Pires, que pertence ao complexo. CONCENTRAÇÃO O rejeito final da etapa de concentração será direcionado junta- mente com o overflow da deslamagem para o espessamento, recupe- rando-se água de processo. O rejeito adensado será conduzido para a etapa de filtragem onde o material filtrado será disposto em pilhas, sem uso de barragem de rejeitos. REJEITOS Atualmente, a CSN Mineração colocou para funcionar na planta de Casa de Pedra concentrador magnético de alta intensidade (CMAI), que A mudança do mercado da China, com foco na compra de minério premium, fez a CSN desenvolver projetos de melhoria do minério para exportação. O uso do minério de ferro de qualidade pelos chineses vem de encontro à necessidade de diminuir a emissão de poluentes naquele país. O minério de menor qualidade polui mais no seu processo industrial na siderúrgica. Assim, a mineradora tem trabalhado para implementar iniciativas visando otimizar a qualidade do minério. A ação principal tem se con- vergido na instalação no ano que vem de concentradores na planta cen- tral. Os investimentos em projetos de rejeitos e concentração na planta alcançam R$ 1 bilhão, segundo a CSN. Mina Casa de Pedra está há 105 anos em operação Em 2018, a Mina Casa de Pedra completa 105 anos e essa data faz relembrar a influência da mineração no contexto da região de Congonhas (MG), tanto pelo aspecto econômico, como histórico- -social. Desde 1946, a mina é um dos principais ativos da Compa- nhia Siderúrgica Nacional (CSN), integrando parte dos seus cinco negócios juntamente com a siderurgia, o cimento, a logística e a energia. Quem vai até a unidade de mineração e conhece essa estrutura não imagina como tudo ali começou. Ainda no século passado, um grupo de romeiros se dirigiu à Freguesia de Congonhas do Campo para prestigiar as comemorações do jubileu do Senhor do Bom Je- sus de Matosinhos. Na viagem, os romeiros encontraram abrigo numa caverna milenar, que contava com água pura e cristalina em seu interior, compondo uma bacia no solo. Ao longo dos anos e das jornadas, as condições da peregrinação foram sendo alteradas. O local em que os romeiros se acomodavam, por exemplo, mudou: do interior das cavernas para os casebres de pau a pique. Em 1913, o dinamarquês Arn Thun resolve adquirir algumas LINHA DO TEMPO 1911 – 1913 EM 1911, É ADQUIRIDA A MINA CASA DE PEDRA PELO INVESTIDOR DINAMARQUÊS ARN KIRSTEIN THUN. NO ANO DE 1913, INICIA-SE A PRODUÇÃO DE MINÉRIO DE FERRO NO LOCAL. 14 | 1941 - 1946 O PRESIDENTE GETÚLIO VARGAS ASSINA, EM 9 DE ABRIL DE 1941, O DECRETO PARA A CRIAÇÃO DA COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL. EM 1943, A EMPRESA ARN THUN É COLOCADA SOB INTERVENÇÃO. EM 1946, A MINA CASA DE PEDRA É INCORPORADA À CSN. Décadas de 40, 50 e 60 A MINERAÇÃO CASA DE PEDRA, QUE ATENDIA PARCIALMENTE A NECESSIDADE DA USINA PRESIDENTE VARGAS, EM VOLTA REDONDA (RJ), AMPLIOU O PROCESSO DE MINERAÇÃO COM A CHEGADA DE EQUIPAMENTOS. TAMBÉM É CONSTRUÍDA A VILA OPERÁRIA. OUTUBRO / NOVEMBRO | 2018 Décadas de 70 e 80 NOVA EXPANSÃO DA PRODUÇÃO DA MINA CASA DE PEDRA (DENOMINADA ESTÁGIO III), ELEVANDO O PATAMAR PARA 12,6 MILHÕES T/ANO. EM VOLTA REDONDA (RJ), É CONSTRUÍDO O ALTO FORNO III. EM MEADOS DA DÉCADA DE 80, A MINERAÇÃO INAUGURA A PLANTA DE CONCENTRAÇÃO DE MINÉRIOS E PASSA A PRODUZIR O PELLET FEED. 1993 A CSN É PRIVATIZADA. OS VENCEDORES DO LEILÃO FORAM OS GRUPOS EMPRESARIAIS VICUNHA E BAMERINDUS E A ESTATAL VALE DO RIO DOCE. OS COLABORADORES PARTICIPARAM POR MEIO DO CLUBE DE INVESTIMENTOS. 1997 A CSN ARRENDA O TERMINAL DO PORTO DE SEPETIBA NO RIO DE JANEIRO POR UM PERÍODO DE 25 ANOS, PRORROGÁVEIS POR MAIS 25. 2003 É LANÇADA PELA CSN MAIS UMA ETAPA DE EXPANSÃO DA MINA CASA DE PEDRA. 2006 – 2007 EM 2006, É CRIADA A NAMISA, UMA SUBSIDIÁRIA DA CSN DESTINADA EXCLUSIVAMENTE AO COMÉRCIO DE MINÉRIO DE FERRO NO MERCADO INTERNACIONAL. EM 2007, A NAMISA ADQUIRE A COMPANHIA DE FOMENTO MINERAL (CFM) E FAZ O PRIMEIRO EMBARQUE POR MEIO DO PORTO DE ITAGUAÍ (RJ), DE 64 MIL T DE MINÉRIO DE FERRO.