Edição Agosto/Setembro Edição 396MM | Page 6

ED I TOR I A L Na expectativa de uma nova política mineral proativa No cenário atual de lenta recuperação da maior crise econômica na história do País, há anseio verdadeiro por renovação nas mais importantes matérias, inclusive na po- lítica. Os novos governantes e legislativo que assumirem em Brasília e capitais estaduais, terão que articular pro- postas para sairmos dos padrões conhecidos, para buscar acelerar a expansão da economia a curto e médio prazos, eliminando essa sensação nada confortável de estagnação. A retomada das obras de infraestrutura a nível federal e na esfera estadual é certamente um dos caminhos estra- tégicos — mas esbarra na crise fiscal. A solução está em reforçar o arcabouço regulatório sem demora para atrair maior volume de capital privado, que o mercado global tem de sobra, para acelerar as concessões e PPPs. Grandes operadoras globais já ingressaram no mercado brasileiro, mas estão à espera pelas medidas para consolidar a legis- lação e dar mais autonomia e blindagem às agências regu- ladoras — para liberar mais investimentos. O Brasil é o propalado país do futuro, há décadas, em diversos campos da atividade econômica e humana. A mi- neração é um que não se materializou expectativas de um novo ciclo de ouro, terras-raras (minerais estratégicos), boom de investimentos externos etc. Na Coluna do Geólogo, Vitor Mirim tem mostrado que haverá demanda previsível para milhões de toneladas/ano adicionais de calcário agrícola na década futura; nesta edi- ção, ele escreve sobre o potencial do subsolo brasileiro para grafita, usando dados disponibilizados pela CPRM — esta que é um dos minerais estratégicos do mercado digital. O governo federal e as administrações estaduais certa- mente podem articular políticas mais efetivas para incenti- var a mineração, começando por aperfeiçoar mecanismos institucionais que fixem prazos definidos para a liberação de licenças ambientais – porque não há atividade empre- sarial que suporte prazos indefinidos. Aliás, isso beneficia- ria todo tipo de empreendimento industrial e comercial pelo País, principalmente em infraestrutura. Por falar nisso, a Austrália está investindo 260 milhões em dólar australiano para desenvolver sistema de GPS de alta precisão por satélite, para incentivar seu uso pelas in- dústrias e pela população, inclusive para gerar mais em- pregos na economia digital. 6 | Agosto / Setembro 2018 Retomada das obras de infraestrutura vai estimular a produção de não metálicos pelo País O SBAS - Sistema de Aumento Baseado em Satélite vai melhorar a precisão atual de 5 m para 10 cm no território australiano e zona marítima. O NPIC - Capacitação da In- fraestrutura para Posicionamento é um segundo sistema que irá aprimorar a precisão ainda mais - para 3 cm - em áreas com cobertura de telefone móvel. Um terceiro programa — Digital Earth Australia — vai dar acesso às empresas locais a uma tecnologia de classe mundial, que fornecerá dados padronizados e confiáveis de satélite sobre mudanças sofridas pelo meio ambiente do país, algo vital para a indústria da mineração australia- na que é concorrente do Brasil no comércio interoceânico de minerais. Este país mostra que a era do conhecimento já chegou — e que nossos competidores globais estão na dianteira. Operador colhe amostra de água em rio; licenças am- bientais sem prazo de aprovação atravancam projetos Austrália quer aperfeiçoar sistema próprio de GPS que vai melhorar a precisão dos 5 m atuais para 10 cm