Edição Agosto/Setembro Edição 396MM | Page 26

MEI O A MB I E N T E so de espessamento e a própria filtragem. A água originada no processo será recircu- lada, retornando para a flotação como água de processo, enquan- to a torta de rejeitos filtrados será transfe- rida por meio de uma correia transportadora, que formará a pilha in- termediária. Desta pi- lha, os rejeitos filtrados serão transportados por caminhões para a área do empilhamento a seco, onde tratores e rolos serão utilizados para espalhar e compactar o material. A expectativa da Usiminas com o novo sistema é elevar o nível de recirculação de água no processo produtivo, uma vez que não haverá perdas por infiltração e evaporação, o que é normalmente ob- servado no sistema de disposição de rejeitos em bar- ragem convencional. Adicionalmente, parte da água que antes ficava re- tida junto com o rejeito no reservatório da barragem passará a recircular diretamente para a planta, uma vez que o sistema de filtragem aumentará a concen- tração de sólidos no rejeito final, passando dos atuais 45% para aproximadamente 88%. “A água será quase toda reaproveitada”, diz André. Com isso, a mineradora espera 40% de economia no consumo de água que abastece a planta por conta do alto aproveitamento para recirculação no processo. Atualmente, se desenvolve o projeto detalhado do sistema de disposição de rejeitos filtrados. O gerente de sustentabilidade explica que ainda se avalia o que fazer com o rejeito a seco como coprodutos, mas ainda de forma inicial. “O estudo ainda é incipiente para en- contrar aplicação ao rejeito neste momento”, afirma. PROJETO FRIÁVEIS A adoção do processo de filtragem dos rejeitos in- tegra o Projeto Friáveis, iniciado em 2012, que ampliou a capacidade produtiva da empresa para 12 milhões de t/ano. Neste projeto, ocorreu a construção de duas novas ITMs: Samambaia e Flotação. Nos anos de 2013 e 2014, as estruturas entraram em operação. No ano de 2015, em função da crise econômica, a MUSA reajustou o ní- 26 | Agosto / Setembro 2018 vel de produção e a operação continuou apenas com a Instalação de Tratamento de Minério Oeste. Já em 2017, com a retomada do mercado, a ITM Flotação voltou a operar, juntamente com a Mina Leste. A Mineração Usiminas possui hoje cinco instalações de tratamento de minério, situadas em três minas: Mina Oeste (ITM Oeste e ITM Samambaia), Mina Central (ITM Flotação e ITM Central) e Mina Leste (ITM Leste). A MUSA produz quatro tipos de minério de ferro: granula- do grosso e fino, sinter feed e concentrado. Cada ITM tem sua rota de processo específica: na Leste, são produzidos granulado e sinter feed; na Oeste, granulado, sinter feed e pellet feed; na Central, granula- do, sinter feed e pellet feed; na Samambaia, sinter feed; e na Flotação, concentrado. A planta da Flotação é ali- mentada 100% com rejeitos provenientes de estoques e depositado em barragem. O Projeto Friáveis contou também com a implanta- ção da barragem de Samambaia – é a terceira do com- plexo da Usiminas. Das duas outras, uma delas já foi lavrada. De acordo com André Chaves, a opção pelo sistema de filtragem de rejeitos foi muito bem pensada pela empresa. “Tem peso no ponto de vista social. Em refe- rência de acontecimentos passados, e a nova legislação em estudo, impulsionou a adoção do sistema pela Usi- minas”, ressalta. O gerente-geral de sustentabilidade conta que re- uniões com a comunidade foram feitas para não ter dúvidas sobre o futuro das barragens da mineradora. “Temos convicção do modelo adotado. Com certeza será aplicado por outras empresas. Possui vantagens do ponto de vista técnico e enorme valor socioambiental”, finaliza.