MEI O
A MB I E N T E
so de espessamento
e a própria filtragem.
A água originada no
processo será recircu-
lada, retornando para
a flotação como água
de processo, enquan-
to a torta de rejeitos
filtrados será transfe-
rida por meio de uma
correia transportadora,
que formará a pilha in-
termediária. Desta pi-
lha, os rejeitos filtrados
serão
transportados
por caminhões para a área do empilhamento a seco,
onde tratores e rolos serão utilizados para espalhar e
compactar o material. A expectativa da Usiminas com
o novo sistema é elevar o nível de recirculação de água
no processo produtivo, uma vez que não haverá perdas
por infiltração e evaporação, o que é normalmente ob-
servado no sistema de disposição de rejeitos em bar-
ragem convencional.
Adicionalmente, parte da água que antes ficava re-
tida junto com o rejeito no reservatório da barragem
passará a recircular diretamente para a planta, uma
vez que o sistema de filtragem aumentará a concen-
tração de sólidos no rejeito final, passando dos atuais
45% para aproximadamente 88%.
“A água será quase toda reaproveitada”, diz André.
Com isso, a mineradora espera 40% de economia no
consumo de água que abastece a planta por conta do
alto aproveitamento para recirculação no processo.
Atualmente, se desenvolve o projeto detalhado do
sistema de disposição de rejeitos filtrados. O gerente
de sustentabilidade explica que ainda se avalia o que
fazer com o rejeito a seco como coprodutos, mas ainda
de forma inicial. “O estudo ainda é incipiente para en-
contrar aplicação ao rejeito neste momento”, afirma.
PROJETO FRIÁVEIS
A adoção do processo de filtragem dos rejeitos in-
tegra o Projeto Friáveis, iniciado em 2012, que ampliou
a capacidade produtiva da empresa para 12 milhões de
t/ano.
Neste projeto, ocorreu a construção de duas novas
ITMs: Samambaia e Flotação. Nos anos de 2013 e 2014,
as estruturas entraram em operação. No ano de 2015,
em função da crise econômica, a MUSA reajustou o ní-
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Agosto / Setembro 2018
vel de produção e a operação continuou apenas com a
Instalação de Tratamento de Minério Oeste. Já em 2017,
com a retomada do mercado, a ITM Flotação voltou a
operar, juntamente com a Mina Leste.
A Mineração Usiminas possui hoje cinco instalações
de tratamento de minério, situadas em três minas: Mina
Oeste (ITM Oeste e ITM Samambaia), Mina Central (ITM
Flotação e ITM Central) e Mina Leste (ITM Leste). A
MUSA produz quatro tipos de minério de ferro: granula-
do grosso e fino, sinter feed e concentrado.
Cada ITM tem sua rota de processo específica: na
Leste, são produzidos granulado e sinter feed; na Oeste,
granulado, sinter feed e pellet feed; na Central, granula-
do, sinter feed e pellet feed; na Samambaia, sinter feed;
e na Flotação, concentrado. A planta da Flotação é ali-
mentada 100% com rejeitos provenientes de estoques e
depositado em barragem.
O Projeto Friáveis contou também com a implanta-
ção da barragem de Samambaia – é a terceira do com-
plexo da Usiminas. Das duas outras, uma delas já foi
lavrada.
De acordo com André Chaves, a opção pelo sistema
de filtragem de rejeitos foi muito bem pensada pela
empresa. “Tem peso no ponto de vista social. Em refe-
rência de acontecimentos passados, e a nova legislação
em estudo, impulsionou a adoção do sistema pela Usi-
minas”, ressalta.
O gerente-geral de sustentabilidade conta que re-
uniões com a comunidade foram feitas para não ter
dúvidas sobre o futuro das barragens da mineradora.
“Temos convicção do modelo adotado. Com certeza
será aplicado por outras empresas. Possui vantagens do
ponto de vista técnico e enorme valor socioambiental”,
finaliza.