MI N ER OD UTO
Anglo American mapeou 529 km de
dutos por dispositivo instrumentado
A mineradora substitui 4 km de tubulação para garantir a segurança no retorno da operação
Augusto Diniz – Belo Horizonte (MG)
O mineroduto de 529 km da Anglo American, que liga a
mina e a planta de minério de ferro da empresa, nos muni-
cípios de Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas
(MG), ao Porto de Açu, em São João da Barra (RJ), teve
minuciosa análise de dados gerados a pa rtir de inspeções
realizadas pelo pipeline inspection gauge (ferramenta de
investigação de dutos), conhecido como PIG. O dispositivo,
além de realizar limpeza no mineroduto, é capaz de iden-
tificar ocorrências anormais como amassamento, fissuras
e corrosões.
“A retomada da operação do mineroduto só será fei-
ta quando a segurança de toda extensão do mineroduto
estiver atestada”, afirma Ivan Simões Filho, diretor de As-
suntos Corporativos da Anglo American. Dois incidentes
ocorridos em março de 2018 na estrutura fizeram com que
a empresa optasse pela paralisação das operações e reali-
zasse varredura detalhada no mineroduto subterrâneo em
toda a sua extensão.
Considerado modal seguro para transporte de polpa de
minério (70% de ferro e 30% de água), a mineradora afir-
ma que a garantia da integridade de suas operações, é algo
fundamental. A polpa de minério, ao chegar no Porto do
Açu, antes de embarque, passa pelo processo de retirada
da água.
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Agosto / Setembro 2018
Ivan relata que o procedimento padrão para inspeção
completa com uso de PIG instrumentado é a cada cinco
anos. Antes de se iniciar as operações do mineroduto da
Anglo American, em 2014, foi realizada a inspeção PIG
Zero – o que seria a avaliação completa da estrutura tu-
bular e de suas condições de funcionamento. “Porém, um
ano antes da inspeção, infelizmente ocorreram os inciden-
tes”, diz.
Os incidentes ocorreram em dois tubos, distante ós a
estação de bombeamento 2 (EB2) no município de Santo
Antônio do Grama (MG). “A hipótese é falha na solda nos
dois tubos. Trata-se da mesma série de entrega de dutos,
que já foram substituídos”, conta Ivan.
A empresa recebeu autorização do Ibama para a ma-
nutenção preventiva com troca de tubos, num trecho de
aproximadamente 4 km do mineroduto, onde ocorreram
os incidentes de vazamento, na região de Santo Antônio
do Grama. Este trecho concentra tubos do mesmo lote da-
queles que vazaram.
O trecho pós-EB2, onde houve os problemas, é em ele-
vação, mas o executivo descarta que isso possa ter afetado
os dutos, já que a operação trabalhava com pressão média
de 185 bar no mineroduto, quando a capacidade em sua
extensão é de 210 bar.