Edição Agosto/Setembro Edição 396MM | Page 20

MI N ER OD UTO Anglo American mapeou 529 km de dutos por dispositivo instrumentado A mineradora substitui 4 km de tubulação para garantir a segurança no retorno da operação Augusto Diniz – Belo Horizonte (MG) O mineroduto de 529 km da Anglo American, que liga a mina e a planta de minério de ferro da empresa, nos muni- cípios de Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas (MG), ao Porto de Açu, em São João da Barra (RJ), teve minuciosa análise de dados gerados a pa rtir de inspeções realizadas pelo pipeline inspection gauge (ferramenta de investigação de dutos), conhecido como PIG. O dispositivo, além de realizar limpeza no mineroduto, é capaz de iden- tificar ocorrências anormais como amassamento, fissuras e corrosões. “A retomada da operação do mineroduto só será fei- ta quando a segurança de toda extensão do mineroduto estiver atestada”, afirma Ivan Simões Filho, diretor de As- suntos Corporativos da Anglo American. Dois incidentes ocorridos em março de 2018 na estrutura fizeram com que a empresa optasse pela paralisação das operações e reali- zasse varredura detalhada no mineroduto subterrâneo em toda a sua extensão. Considerado modal seguro para transporte de polpa de minério (70% de ferro e 30% de água), a mineradora afir- ma que a garantia da integridade de suas operações, é algo fundamental. A polpa de minério, ao chegar no Porto do Açu, antes de embarque, passa pelo processo de retirada da água. 20 | Agosto / Setembro 2018 Ivan relata que o procedimento padrão para inspeção completa com uso de PIG instrumentado é a cada cinco anos. Antes de se iniciar as operações do mineroduto da Anglo American, em 2014, foi realizada a inspeção PIG Zero – o que seria a avaliação completa da estrutura tu- bular e de suas condições de funcionamento. “Porém, um ano antes da inspeção, infelizmente ocorreram os inciden- tes”, diz. Os incidentes ocorreram em dois tubos, distante ós a estação de bombeamento 2 (EB2) no município de Santo Antônio do Grama (MG). “A hipótese é falha na solda nos dois tubos. Trata-se da mesma série de entrega de dutos, que já foram substituídos”, conta Ivan. A empresa recebeu autorização do Ibama para a ma- nutenção preventiva com troca de tubos, num trecho de aproximadamente 4 km do mineroduto, onde ocorreram os incidentes de vazamento, na região de Santo Antônio do Grama. Este trecho concentra tubos do mesmo lote da- queles que vazaram. O trecho pós-EB2, onde houve os problemas, é em ele- vação, mas o executivo descarta que isso possa ter afetado os dutos, já que a operação trabalhava com pressão média de 185 bar no mineroduto, quando a capacidade em sua extensão é de 210 bar.