Edição Agosto/Setembro Edição 396MM | Page 16

META L U R G I A Planta industrial da Nexa Resources em Três Marias (MG) próprio complexo da Nexa em Três Marias – área cedida em regi- me de comodato. De acordo com a Nexa, o modelo adotado de terceirização dessa atividade foi apoiado no fato de o negócio ser muito especí- fico – a terceirização evitaria a imobilização de capital e, ao mesmo tempo, oferecia custos mais competitivos. A planta de biomassa é alimentada por madeira de eucalipto, proveniente de floresta manejada e certificada - não muito distan- te da unidade industrial. Na própria unidade florestal é realizado pela Combio o proces- so de trituração da madeira para adequar o produto à necessida- de da caldeira, num volume de 6.000 t/mês. A madeira triturada é então transportada à planta da Nexa. A unidade de vapor tem a capacidade de armazenamento de 300 m³ de biomassa em área coberta e de aproximadamente 4.000 m³ na área externa. O estoque é suficiente para operação à capacidade máxima da caldeira durante pelo menos quatro dias. A Combio é responsável pela operação e manutenção do sis- tema. A biomassa chega até a fornalha da caldeira através de um sistema de alimentação composto por moega de recebimento, detector de metais e peneira classificatória. O vapor gerado segue por tubulação de 10” até ser entregue no coletor, com produção máxima de 40 t/h – 23 bar. Porém, a produ- ção da planta hoje é de 30 a 34 t/hora. O gestor de energia da Nexa explica que toda a planta em Três Marias consome 53 t/h de vapor. Antes, na autoclave, existiam duas caldeiras a diesel para aten- dê-la. Ela consumia cerca de 15 t/h de óleo, gerando 33 mil t de gás carbônico por ano – equivalente a 20% de toda emissão da planta. Agora, as duas caldeiras a óleo foram desativadas com o pro- jeto - elas são acionadas quando necessário, como a manutenção da caldeira de biomassa. Isso representou redução de custo de R$ 12 milhões ao ano, segundo a Nexa. O mesmo conceito será replicado para as demais unidades, pre- vendo a terceirização da produção de calor com empresas especializa- das em energia. Em Juiz de Fora (MG), onde existe outra planta da Nexa, já há estudos para substituir também o gás natural por biomassa. 16 | Agosto / Setembro 2018 LINHAS DE JUMBO A partir de uma demanda da área comercial do grupo contro- lador da Nexa Resources, a Votorantim, foi implementado projeto de aumento de produtividade nas linhas de jumbo da unidade industrial de Três Marias. A equipe de Desenvolvimento de Mer- cado identificou que alguns dos clientes da empresa estavam mi- grando para a compra dos produtos no formato de jumbos (de 1 a 2 t), abandonando o formato tradicional de barras. Com isso, o engenheiro Marcos Ávila, coordenador de produção da unidade, explica que foi identificado e executado melhorias que aumenta a capacidade das linhas de jumbo. O ob- jetivo foi elevar a produção das linhas de Jumbo em 10%, garantindo mais competitividade no mercado de zinco. A produção média das linhas de jumbo era de 227 t/dia, me- dida entre janeiro de 2017 a fevereiro de 2018. A meta inicial foi chegar a 250 t/dia. Dessa forma, foi mapeada 65 oportunidades de melhorias. Para implantação do projeto, adotou-se a metodo- logia Kaisen de melhoria contínua e ganho rápido. O projeto buscou unir a multidisciplinaridade dos profissionais da companhia em Três Marias para melhorar a produção nas linhas de Jumbo. Após a classificação do impacto nas 65 oportunidades selecio- nadas, chegou-se a uma lista de 25 soluções para serem implementa- das. Dentre as ações mapeadas, incluíam alteração dos padrões de especificação dos pesos dos lingotes; limpezas internas nos fornos para aumentar o volume útil; alteração do padrão de abastecimento dos fornos; alteração das rotas de inspeção da manutenção; e mu- danças dos planos das preventivas dos equipamentos. O coordenador conta que foi feita a priorização de oportunidades para serem implementadas. O plano de ação foi adotado em duas se- manas, em fevereiro de 2018. Como resultado, houve aumento do peso dos produtos da linha de jumbos, alcançando 283 t/dia, ficando acima da meta de 250 t/dia. Isso significou 25% de aumento da produção.