META L U R G I A
Planta industrial da Nexa Resources em Três Marias (MG)
próprio complexo da Nexa em Três Marias – área cedida em regi-
me de comodato.
De acordo com a Nexa, o modelo adotado de terceirização
dessa atividade foi apoiado no fato de o negócio ser muito especí-
fico – a terceirização evitaria a imobilização de capital e, ao mesmo
tempo, oferecia custos mais competitivos.
A planta de biomassa é alimentada por madeira de eucalipto,
proveniente de floresta manejada e certificada - não muito distan-
te da unidade industrial.
Na própria unidade florestal é realizado pela Combio o proces-
so de trituração da madeira para adequar o produto à necessida-
de da caldeira, num volume de 6.000 t/mês. A madeira triturada é
então transportada à planta da Nexa.
A unidade de vapor tem a capacidade de armazenamento
de 300 m³ de biomassa em área coberta e de aproximadamente
4.000 m³ na área externa. O estoque é suficiente para operação à
capacidade máxima da caldeira durante pelo menos quatro dias.
A Combio é responsável pela operação e manutenção do sis-
tema. A biomassa chega até a fornalha da caldeira através de um
sistema de alimentação composto por moega de recebimento,
detector de metais e peneira classificatória.
O vapor gerado segue por tubulação de 10” até ser entregue no
coletor, com produção máxima de 40 t/h – 23 bar. Porém, a produ-
ção da planta hoje é de 30 a 34 t/hora. O gestor de energia da Nexa
explica que toda a planta em Três Marias consome 53 t/h de vapor.
Antes, na autoclave, existiam duas caldeiras a diesel para aten-
dê-la. Ela consumia cerca de 15 t/h de óleo, gerando 33 mil t de gás
carbônico por ano – equivalente a 20% de toda emissão da planta.
Agora, as duas caldeiras a óleo foram desativadas com o pro-
jeto - elas são acionadas quando necessário, como a manutenção
da caldeira de biomassa. Isso representou redução de custo de R$
12 milhões ao ano, segundo a Nexa.
O mesmo conceito será replicado para as demais unidades, pre-
vendo a terceirização da produção de calor com empresas especializa-
das em energia. Em Juiz de Fora (MG), onde existe outra planta da Nexa,
já há estudos para substituir também o gás natural por biomassa.
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Agosto / Setembro 2018
LINHAS DE JUMBO
A partir de uma demanda da área comercial do grupo contro-
lador da Nexa Resources, a Votorantim, foi implementado projeto
de aumento de produtividade nas linhas de jumbo da unidade
industrial de Três Marias. A equipe de Desenvolvimento de Mer-
cado identificou que alguns dos clientes da empresa estavam mi-
grando para a compra dos produtos no formato de jumbos (de 1 a
2 t), abandonando o formato tradicional de barras.
Com isso, o engenheiro Marcos
Ávila, coordenador de produção da
unidade, explica que foi identificado e
executado melhorias que aumenta a
capacidade das linhas de jumbo. O ob-
jetivo foi elevar a produção das linhas
de Jumbo em 10%, garantindo mais
competitividade no mercado de zinco.
A produção média das linhas de jumbo era de 227 t/dia, me-
dida entre janeiro de 2017 a fevereiro de 2018. A meta inicial foi
chegar a 250 t/dia. Dessa forma, foi mapeada 65 oportunidades
de melhorias. Para implantação do projeto, adotou-se a metodo-
logia Kaisen de melhoria contínua e ganho rápido.
O projeto buscou unir a multidisciplinaridade dos profissionais da
companhia em Três Marias para melhorar a produção nas linhas de
Jumbo. Após a classificação do impacto nas 65 oportunidades selecio-
nadas, chegou-se a uma lista de 25 soluções para serem implementa-
das. Dentre as ações mapeadas, incluíam alteração dos padrões de
especificação dos pesos dos lingotes; limpezas internas nos fornos
para aumentar o volume útil; alteração do padrão de abastecimento
dos fornos; alteração das rotas de inspeção da manutenção; e mu-
danças dos planos das preventivas dos equipamentos.
O coordenador conta que foi feita a priorização de oportunidades
para serem implementadas. O plano de ação foi adotado em duas se-
manas, em fevereiro de 2018. Como resultado, houve aumento do peso
dos produtos da linha de jumbos, alcançando 283 t/dia, ficando acima da
meta de 250 t/dia. Isso significou 25% de aumento da produção.