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F ó r u m I n f r a 2020 As complexas obras na duplicação da Estrada de Ferro Carajás A Estrada de Ferro Carajás (EFC) foi inaugurada em 1985. Com 892 km de extensão, liga as maiores minas de minério de ferro a céu aberto do mundo, em Carajás, no sudeste do Pará, ao Porto de Ponta da Madeira, em São Luís (MA). Por seus trilhos, são transportados 120 milhões de t de carga e 350 mil passageiros por ano. Circulam por ela cerca de 35 com- posições simultaneamente, entre elas o maior trem de carga em operação regular do mundo, com 330 vagões e 3,3 km de extensão. De abril de 2015 a dezembro de 2017, o Grupo Aterpa realizou serviços para a duplicação da EFC, numa extensão de 47 km entre Santa Rita e São Luís (MA), para a mineradora Vale. Daniel Nobrega, diretor comercial do Grupo Aterpa, apresentou no Fórum Infra2020 este projeto. Ele detalhou que foi construído um viaduto ferroviário de 85 m; cinco viadutos rodoviários; ponte metálica de 234 m e ponte em concreto ar- mado de 65 m. Além disso, foi realizado 18 Km de esta- bilização de solo mole, 2.000.000 m³ de ter- raplanagem; implantado 200.000 m de geo- grelha e 10.000 m de ringtrac; montagem de 700 t de estrutura metálica e posicionamen- to de 85.000 dormentes de concreto. A obra chegou a empregar 1.200 t, com 400 equipamentos de grande porte em operação. Os desafios apontados por Daniel nas obras envolveram princi- palmente o tratamento de solo mole para fundação em vários tre- chos. Comentou ainda que os trabalhos foram executados com a linha ferroviária em operação e sem possibilidade de interferência. Segundo ele, somente foi necessário fazer a paralisação progra- mada da linha em operação, quando da implantação dos AMVs (apa- relho de mudança de via), tendo como janela limite de 3 a 4 horas. A construção da ponte sobre o Estreito de Mosquitos exigiu fun- dação executada em estaca escavada com camisas metálicas, com o emprego de balsas e rebocadores. Para cumprimento de prazo, a mon- tagem da estrutura metálica foi feita durante a execução da fundação e dos blocos de apoio e empurrada a partir da margem, contou Daniel. Em 7 de julho de 2016, a Diretoria de Implantação de Projetos de Logística da Vale premiou a Aterpa com o prêmio PARzão, em reconhecimento aos resultados obtidos em Saúde & Segurança e Meio Ambiente, contribuindo para a meta de zero acidente. Ao fi- nal da obra, foram mais de 6.000.000 horas/homem sem acidentes com afastamento. Processo industrial implantou 149 torres em parque eólico Felipe Vieira de Castro, diretor Comercial da Dois A Enge- nharia, mostrou no Fórum Infra2020 o processo industrializado que permite agilizar as obras civis de parque eólico. A constru- tora, com mais de 50 anos de atuação no mercado, a partir de 2006 criou uma divisão para atender aos projetos de energias renováveis. O diretor tomou como exemplo a execução na modalidade EPC das obras civis dos complexos eólicos Cutia e Bento Miguel, da Copel, no Rio Grande do Norte. Neste trabalho a Dois A foi a respon- sável pela elaboração dos projetos e obras de 82 km de vias de acesso, bem como de- senvolvimento dos projetos estruturais e a execução das 149 fundações para torres de aerogeradores. Através da sua subsidiária, 24 | | S e t e m b r o 2018 DTS - Dois A Tower System executou também a construção de 149 torres eólicas de concreto, de 120 m de altura. Com a implantação de 149 torres eólicas, que correspon- dem a 312 MW, estes complexos eólicos consumiram aproxi- madamente 125.000 m³ de concreto e 16.780 t de aço.