Edição 569 Julho/Agosto EDIÇÃO 569 | Page 40

F erro v ias Rumo já investiu R$ 6,7 bi VLI moderniza trecho Desde que assumiu a concessão em 2015, a Rumo já investiu cerca de R$ 6,7 bilhões para melhorar e otimizar a operação ferroviária. Os principais recursos foram destinados para a renovação da frota (aquisição de 2.649 vagões e 178 locomotivas), criação e aperfeiçoamento de pátios de cruzamento e melhorias em tecnologia e segurança da operação. Os investimentos na revitalização e expansão estão basicamente direciona- dos para o escoamento da safra. Somente no primeiro trimestre de 2018, a em- presa registrou um crescimento de 18% no volume transportado em comparação com o mesmo período de 2017, totalizando 11,8 bilhões de TKU (toneladas por quilômetro útil). Entre os principais fatores que impulsionaram o setor ferroviário estão a safra recorde da soja e novas operações de celulose. O volume de grãos para o Porto de Santos (SP) segue em expansão. No primei- ro trimestre a Rumo atingiu o market share de 48%, segundo a empresa, registran- do um crescimento de 15% no escoamento, reforçando os ganhos de capacidade e os resultados do plano de investimento da companhia. Para os próximos meses o cenário se mantém positivo, de acordo com as estimativas da Agroconsult: a safra de soja 2017/2018 deve crescer 4% no País e 5% no estado do Mato Grosso. A chamada Operação Norte, que abrange o principal corredor ferroviário de exportação do País, que liga Rondonópolis (MT) ao Porto de Santos (SP), registrou um crescimento de 17% nas operações no primeiro trimestre de 2018, no com- parativo com o mesmo período de 2017, de acordo com a empresa. A expansão na capacidade permitiu atender o aumento na demanda de soja, milho e açúcar. Quanto aos produtos industriais, destaca-se a nova operação no transporte de celulose. Outro destaque foi o aumento no transporte de combustíveis durante a greve dos caminhoneiros. No período, houve um aumento de 10% nos carregamentos diários para manter em funcionamento plantas industriais, dependentes de diesel como combustível. A operação de combustíveis da concessionária leva os produtos diretamente da Refinaria de Paulínia (Replan), na região de Campinas (SP), para as centrais de abastecimento dos municípios de Bauru e São José do Rio Preto (SP). Nos últimos três anos, o volume de gasolina, etanol e diesel transportado por trens da Rumo entre São Paulo e Mato Grosso cresceu 25%. Com isso, esti- ma-se uma redução de aproximadamente 3.900 viagens de caminhões bitrens, transportando combustíveis nas rodovias por ano, diminuindo a quantidade de congestionamentos, acidentes e a emissão de CO2. Já a Operação Sul, que compreende os estados de Porto Alegre, Santa Cata- rina, Paraná e um trecho de São Paulo, registrou crescimento de 19% no volume transportado no primeiro trimestre de 2018. Os principais destaques foram o au- mento no volume de soja e o crescimento no volume de combustíveis e operações de celulose, resultado de melhorias nas condições operacionais. A VLI é a controladora da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) e do tramo norte da Ferrovia Norte-Sul (FNS). A concessionária está atualmente aprimorando a Gestão Total do Atrito (GTA) e será, a partir de 2019, a empresa brasileira de logística com maior número de sistemas fixos eletrônicos de GTA nas duas ferro- vias sob sua gestão (FCA e FNS). Esse aparato é formado por dois tipos de equipamentos, os lubrificadores de trilhos e os aplicadores TOR. O primeiro libera graxa nos frisos das rodas dos vagões e permite a distribuição da substância por até 4 mil km. Já os TOR’s ga- rantem a dispersão de um componente para modificar o atrito entre rodas e trilhos oferecendo mais aderência. O alcance também é de 4 mil km. Em ambos os casos, os equipamentos são acionados por sensores magnéticos mediante a passagem dos vagões. Já são 88 aparelhos em operação e até o fim do ano que vem serão mais de 200 equipamentos e, em 2022, mais de 300 estarão distribuídos nos três corredores logísticos de maior densidade de tráfego. Trechos da FCA ainda passam por modernização. Na região de Ribeirão Pre- to (SP), por exemplo, terá até o fim do ano 50 km novos. O serviço contempla a troca dos dormentes, a substituição de trilhos, a renovação de lastro e a correção geométrica da via. Com a conclusão desse trecho a região passará a contar com mais de 150 km com dormentes de concreto e, no ano que vem, novos trechos serão contemplados. Além disso, o corredor Centro-Leste que conecta o interior de Minas Gerais até o porto de Tubarão (ES) também terá trechos contemplados pela troca de dormentes de madeira por dormentes de concreto. Organizada em forma de holding, a VLI é gerida por um Conselho de Admi- nistração e tem como acionistas: Vale (37,6%), Brookfield (26,5%), Mitsui (20%) e FI-FGe TS (15,9%). O tramo norte da FNS possui 720 km de linha férrea entre Açailândia (MA) e Porto Nacional (TO). Apresenta-se como uma importante rota de exportação de cargas das regiões Centro-Oeste e Nordeste, por sua conexão com a Estrada de Ferro Carajás, da Vale, cujos destinos são o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira e o Porto do Itaqui, ambos em São Luís (MA). Já a FCA conta com 7.220 km de extensão. A ferrovia passa por 316 muni- cípios, em sete estados brasileiros (Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Sergipe, Goiás, Bahia, São Paulo) e Distrito Federal. É o principal eixo de integra- ção entre as regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. Destaca-se como uma rota importante para o fluxo logístico de carga geral, por meio de suas co