Edição 569 Julho/Agosto EDIÇÃO 569 | Page 30

M o b ilidade U r b a n a guindaste de 450 t estava responsável pelo içamento em uma das extre- midades da viga, enquanto os outros dois de 240 t transferiam a outra extremi- dade entre si, para cobrir toda a distância entre os pontos de carga e descarga. Todas estas obras tiveram, por premissa, não suspender o tráfego mo- vimentado da região, registrando apenas algumas interrupções parciais em alças de acesso ou faixas isoladas por um curto período de tempo. Sobre toda estrutura de concreto, foi aplicada a via permanente, ou seja, via de rolamento para os veículos ferroviários. A via permanente é uma via dupla, sendo que sobre cada seção foram moldadas as vigas su- porte que receberam os conjuntos de fixação de trilhos. A concretagem da via foi no método top down, onde se posiciona primeiro os trilhos e depois se realiza a concretagem em concordância ao projeto. A estação construída pelo Consórcio CST tem aproximadamente 25 mil m² e trata-se da maior da CPTM em linha única. São três andares de estação divididos em térreo, mezanino ou área de ingresso e plataforma de embarque. No total, cerca de 90% da execução da estação aconteceu in loco, enquanto 10% utilizaram-se de estruturas pré-fabricadas. Uma passarela de acesso em cada lado do corpo da estação foi construída para transpor a Rodovia Hélio Smidt - no lado que liga a estação ao terminal 1 do Aero- porto de Guarulhos - e o Rio Baquirivu e Avenida Natalia Zariff – no lado que liga a estação ao terminal de ônibus urbano de Guarulhos. A estrutura metálica, apoiada sobre pilares de concreto, com 115 m de extensão no lado de Guarulhos e 65 m de extensão no lado do aeroporto, possui 10 m de largura, fechamento lateral em vidro laminado e cobertura em ACM. Um arco estruturado metálico foi disposto na cobertura, tendo parte das liga- ções soldadas antes do içamento, em uma atividade de pré-montagem e todo res- tante das ligações parafusadas, após o lançamento, em alturas superiores a 25 m. Destaca-se também que as obras do lote 4 e, consequentemente, da estação tiveram que respeitar o cone aéreo do aeroporto, com alturas limitadas de trabalho para equipamentos (máximo 20 m em alguns pon- tos). A estação já está em operação, tendo registrado em seu primeiro dia Solução para obra de arte A Ulma Construction participou da obra da Linha 13 com o fornecimento de diver- sas soluções para as obras de arte. Desta- que para o balanço sucessivo CVS, sistema de fôrma e escoramento para execução de aduelas sucessivas in loco em pontes e viadutos, que permite vencer grandes vãos sem a necessidade de montar escoramentos sobre o solo - no caso as aduelas possuíam seção contínua de 3,00 x 3,80 x 9,60 m. Planejamento rigoroso A Vizca Engenharia e Consultoria fez part e do consórcio GSPV Linha 13, que traba- lhou no Lote 1 da linha para supervisionar as obras civis do empreendimento. A empresa teve papel importante no planejamento e no apoio de projetos, com análise crítica de situação, estudo de cenários, acompanhamento de cronograma e a compilação de infor- mações para suporte de decisão. O Lote 1 abrangeu a modernização de 5,2 km da Linha 12 – Safira, entre os km 12+800 ao km 18+000, e a implantação de 2,48 km da Linha 13 – Jade, entre os km 14+620 ao km 17+100. No que se refere a análise crítica da gestão do empreendimento, destacam-se neste tra- 28 | | J u l h o /A g o s to 2018 A VISÃO DOS ENGENHEIROS DO CONSÓRCIO “Tive o prazer de ser um dos primeiros a chegar nesta obra e poder participar da escrita da história em Guarulhos e região do aeroporto. Posso considerar um desafio ímpar na vida profissional de um engenhei- ro, trazendo grande satisfação pessoal pelo desenvolvimento de um empreendimento de tamanha importância. Os desafios superados foram enormes, mas contamos com o apoio de gente dedicada e responsável, o que ga- rantiu a integridade de todos os envolvidos direta e indiretamente.” WAGNER AGNE- LO PORFIRIO, GERENTE DE ENGENHARIA E PLANEJAMENTO “A linha 13 – Jade leva o trem da CPTM ao município de Guarulhos, o segundo mais populoso do estado, e ao Aeroporto Interna- cional de São Paulo, o mais movimentado do País. São milhares de pessoas que utilizarão esta grande obra para trabalhar, estudar e se locomover. É muito gratificante fazer parte da equipe (mais de 2.500 funcionários diretos) deste projeto de engenharia, que transforma- rá a vida das pessoas, proporcionando mobi- lidade e qualidade de vida aos seus usuários.” MARCOS DOMANICO BORBA, GERENTE DE CONTRATO “Participar de um projeto de tamanha envergadura, o qual contribui sensivelmente na mobilidade urbana da Grande São Pau- lo; viabilizar técnica e operacionalmente a transposição de um elevado sobre as princi- pais rodovias do Brasil, sem gerar transtornos ao usuário das mesmas; e fazer parte de um time que executou uma obra ferroviária ím- par no Brasil, que já é cartão postal de São Paulo.” CLEBER MAHLMANN MUNIZ NETO, GERENTE DE PRODUÇÃO “Em todo empreendimento deste porte, que envolve uma diversidade de atividades de engenharia e seus riscos, o engenheiro agrega todo seu conhecimento tecnológico e suas práticas construtivas no desenvolvimento das obras. Consegui- mos reunir uma equipe técnica a altura destes desafios para execução das obras. Sinto-me lisonjeado de ter participado deste grupo.” ANSELMO ALTOBELLO, DI- RETOR DE ENGENHARIA de operação comercial, 70 mil passageiros. A nova linha da CPTM deve transportar diariamente 130 mil pessoas. Serão utilizados na linha oito composições com oito carros cada – espaços destinados a bagagens estão previstos nos vagões. O CVS é ideal para vencer vãos sobre rios ou para manter o tráfego de vias movimentadas durante a construção, sem interrupção. A grande vantagem do balanço sucessivo CVS da Ulma consiste em seu sistema hidráulico de movimen- tação e nivelamento, que proporciona grande produtividade e reduz a mão de obra neste quesito. Além dele, foram utilizados consoles trepantes BMK para a execução das abas do tabuleiro, a fôrma Comain, sistema leve e flexível para as fôrmas de viga travessa e aduela de disparo com 7,30 x 8,25 m, em conjunto com as torres de escoramento Cimbre T-60 com até 17 m de altura. Por fim, o andaime multidirecional e esca- da BRIO proporcionaram o acesso seguro aos trabalhadores nas concretagens e trabalhos nessas estruturas. Ao todo, mais de 550 t de equipamentos Ulma foram fornecidos para atender a esta obra. balho a avaliação periódica do planejamento, identificação de riscos e desvios de prazos, além de apoio a planos de recuperação e replanejamento para manutenção do prazo contratual. Foi feito um modelo piloto em BIM da Estação Eng. Goulart de acordo com o proces- so construtivo para avaliar o potencial de controle visual e acompanhamento da execução. Ainda dentro do trabalho da Vizca no projeto da Linha 13, ressalta-se também o controle do escopo com análise contratual e de projeto, dando suporte à avaliação de demandas e de interferências no local, associado sempre a uma análise de riscos das ativi- dades, permitindo soluções antecipadas e ações mitigatórias. Todo essa importante reunião de dados qualificados foi essencial para dar apoio ao empreendedor – no caso a CPTM – na tomada de decisões sobre o andamento desse importante projeto de mobilidade urbana de São Paulo.