Edição 569 Julho/Agosto EDIÇÃO 569 | Page 10

O p i n i ã o Redirecionamento estratégico A Construtora Aterpa em seus 67 anos de existência teve como principal cliente o setor público, em especial nas esferas federal e esta- dual, e de empresas estatais, e executou ao longo desse tempo grandes obras nos diversos segmentos da construção civil de infraestrutura. Nos últimos anos, no entanto, essa realidade tem mudado. A insegu- rança jurídica presente nos contratos públicos atuais reduziu a quase zero nosso apetite em buscar novas oportunidades nesse setor. Não há segurança ou previsão orçamentaria, o que estende o prazo das obras muito além do contratado sem qualquer reequilíbrio pelos custos excedentes incorridos. As ações de responsabilidade do contratante como licenciamentos ambientais e desapropriações tampouco são feitas conforme cronogra- ma e, mais uma vez, não geram qualquer penalidade ou reequilíbrio por tais descumprimentos. Os prazos excedentes e intermináveis travam os limites de seguros e garantias e oneram além do previsto a contratada, além de gerarem insegurança e desconforto às seguradoras. Invariavelmente, os projetos são incompatíveis com a necessidade de campo e a famosa “preservação do CPF” do agente público impede que as devidas correções de projeto sejam efetuadas e regularizadas contratualmente. Contratos vencidos em concorrência pública e abaixo dos limites de preços referenciais do Estado (SICRO, SINAPI etc.) são alvos de denúncias de sobrepreço mesmo depois de concluídas e de- sembolsadas com bloqueios e sanções unilaterais e abusivas. Existem várias outras mazelas de uma relação onde não há qual- quer consequência ou penalização ao polo contratante por não cumprir suas obrigações e gerar desequilíbrios aos contratos. Enquanto o con- tratado fica em posição frágil, sob a ameaça de execução de garantias e sem uma instância arbitral ágil e isenta que possa restaurar a justiça, Realização de projetos com ética A MIP Engenharia iniciou o ano de 2018 com algumas diretrizes estratégicas que permitirão que ela se torne uma em- presa cada vez mais forte e ética, mesmo diante da crise que o Brasil atravessa. Na MIP acreditamos que apesar das adversidades da economia, temos moti- vos para estarmos confiantes quanto ao nosso futuro. Realizar as atividades de forma íntegra e transparente, manter o foco em segurança, diminuir des- pesas, aumentar produtividade, investir nos colaboradores, inovar, continuar realizando um atendimento de excelência aos nossos clientes, e conquistar novos clientes, são algumas das ações que a MIP vem desenvolvendo e que possibilitarão à empresa atingir seus objetivos e alcançar o sucesso. Ressalto que na MIP temos a convicção de que a engenharia é um dos itens mais importantes para o setor da construção, pois ela é o início de tudo e que determina a qualidade dos suprimen- tos, da construção civil e da construção e montagem. Em função disso, nosso propósito consiste em “viabilizar e executar projetos de engenharia em estreita colaboração com os clientes, utilizando 8 | | J u l h o /A g o s to 2018 a segurança e a previsibilidade essenciais para a atividade empresarial. Acredito que nada do descrito seja novidade para os construtores que tra- balham regularmente para o setor públi- co. No entanto, de forma relativamente paradoxal, observa-se licitações públicas com descontos cada vez mais elásticos em cima dos preços já irreais das tabelas de referência. Preços que são facilmente de- monstrados como insustentáveis. Já os custos de concreto, aço, material betuminoso, diesel e mão de obra são únicos e conhecidos de todos. Felizmente, a capacitação técnica que somamos ao longo de tantas décadas e o robusto currículo de obras grandes e complexas envolvendo rodovias, ferrovias, túneis, OAEs, barragens, portos e saneamento nos abriu grande e importante mercado privado de oportunidades junto às indústrias, concessionárias e multinacionais instaladas no Brasil. Aliado a essa capacidade técnica, viemos na última década fazendo importan- tes investimentos na nossa governança corporativa e nas nossas polí- ticas de compliance, assim como nas melhores práticas de segurança, meio-ambiente e qualidade. Portanto, de forma natural e serena adequamos o direcionamento es- tratégico de nossos negócios e concentramos toda a energia de nossa enge- nharia para atender de forma plena a satisfação e as expectativas desse rol de clientes. Somos conscientes dos desafios que essa mudança implica, mas estamos seguros de que se trata de uma relação mais equilibrada, com direi- tos e deveres previamente pactuados de parte a parte, com responsabiliza- ções e consequências mútuas para eventuais descumprimentos contratuais. *Andre Salazar, presidente do Grupo Aterpa as melhores técnicas e cumprindo os prazos e preços acordados. Outro ponto essencial é a busca incessante por alternativas tec- nológicas e operacionais que irão gerar ganhos múltiplos para o meio ambiente, para a sociedade, para os clientes e para a MIP. Com o olhar sempre voltado para o futuro, temos investido constantemente na ino- vação tecnológica e na conquista de novos mercados. Mas sabemos que de nada adianta a promoção de inovações tec- nológicas, se não investirmos constantemente no aprimoramento das pessoas. Por isso, uma das ações estratégicas da empresa é o desen- volvimento e manutenção da sua equipe de trabalho, pois o adequado alinhamento entre pessoas, dados e processos é que irão gerar valor para nossos clientes e criar novas oportunidades. Em relação ao compliance, não temos medido esforços para construir um legado positivo para todos aqueles que se relacionam com a MIP. Nos últimos anos avançamos em relação ao estabelecimento e cumprimento de políticas, normas e regras que garantem que nossos negócios estão sendo conduzidos de acordo com os padrões éticos mais elevados. Por fim, saliento, que os valores que nos trouxeram até aqui - serieda- de; integridade; segurança das pessoas; compromisso com os resultados; responsabilidade social e ambiental - são os que levarão a MIP adiante. *Iomar Tavares da Cunha, diretor-presidente da MIP Engenharia