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F seguindo na direção Sul-Sudeste, principalmente aos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR). Essa produção de grãos acima do Paralelo 16 está concentrada em dois grandes polos. O do centro-norte de Mato Grosso, tendo Lucas do Rio Verde como área mais desenvolvida. Sua principal ex- pansão poderá ocorrer para o leste na área de influência direta da ligação de Lucas do Rio Verde (MT) com Cam- pinorte (GO), situada na Ferrovia Norte-Sul. Para o norte existem restrições ambientais, pois a ocupação produtiva já está nos limites do Cerrado e não deverá adentrar pela Amazônia. A leste vai encontrar as áreas do Matopiba. O outro polo é do Matopiba (partes do Maranhão, To- cantins, Piauí e Bahia), com maior potencial de ocupação, adensando o território mais próximo da Ferrovia Norte-Sul. Ela ocorrerá à medida que o transporte ferroviário reduza os custos logísticos e compense a elevação dos preços das terras. REDE LOGÍSTICA E ALIMENTAÇÃO Em torno da rede estrutural deverá ser planejada a rede logística de alimentação das linhas tronco, envol- vendo os pontos de conexão ou transbordos das ferrovias com os diversos modos de transporte: rodoviário, hidro- viário, marítimo e ferroviário. Para a alimentação por via ferroviária pode ser estudado e viabilizado o desenvolvi- mento de um veículo de carga leve sobre trilhos. Os pontos de conexão devem contemplar a implanta- ção de uma plataforma logística multimodal ou terminal ferroviário, dentro das modernas concepções que redu- zam o tempo de permanência dos trens nesses pontos. OS LOCAIS DE CONEXÃO FERROVIÁRIA SERÃO NATURAL- MENTE PONTOS PARA A INSTALAÇÃO DE TERMINAIS ASPECTOS TÉCNICOS E LEGAIS O sucesso da proposta de “Ocupação Sustentável do Território Nacional pela Ferrovia Associada ao Agrone- gócio” exige uma série de regulamentações e definições como: • Estabelecimento pela Associação Nacional de Trans- portes Terrestres (ANTT) das condições de compartilha- mento de uso das ferrovias: direito de passagem e/ou open access, conforme parâmetros e percentuais mí- nimos em relação à capacidade nominal de transpor- te em cada trecho, sinalização, redução de emissões e tecnologias de operação. • Identificação da categoria da ferrovia objeto da conces- são, segundo classificação estabelecida em regulamento, com a definição das respectivas características técnicas: - Heavy haul (ferrovia de alta capacidade) - Carga e passageiro – longa distância e r r o v i a / A g r o n e g ó c i o - Short line (pequenas linhas que complementam as gran- des ferrovias) • Definição de índices operacionais, dentro das especi- ficações técnicas estabelecidas de acordo com a cate- goria da ferrovia • Progressão sucessiva dos índices técnicos ao longo do contrato, acompanhando o desenvolvimento tecnológico • Estabelecimento de condições técnicas e operacionais que possibilitem fisca lização e certificação associadas a normas técnicas que as disciplinam • Previsão que, havendo necessidade de aumento no volume a ser transportado, seja na condição de direito de passagem e/ou open access, os parâmetros devem ser precedidos sempre de estudo de viabilidade, com a previsão de compartilhamento de responsabilidades entre o concessionário e os beneficiários do direito de passagem e/ou open access pelos investimentos em ex- pansão da capacidade da linha • Regulamentação das garantias que o concessionário poderá exigir de terceiros, para cobertura de eventuais danos causados ao seu sistema, assim como por even- tuais impedimentos de uso da via • Proibição ou restrição de práticas, conforme previsão do contrato, que podem anular as condições de competitivida- de, tais como: - Valores abusivos nas tarifas para o uso compartilhado - Oferta de disponibilidade em horários inadequados ou em janelas horárias estreitas - Requisitos técnicos abusivos gerando elevação de custos operacionais para terceiros • Para o direito de passagem e/ou open access com trens de passageiros, incluir a possiblidade do operador inves- tir nos projetos de estações, em terminais de transbor- do de modos de transportes e em sistemas de controle, como segmentação da linha em blocos de segurança de- finidos fisicamente e controlados eletronicamente. www.revistaoempreiteiro.com.br | 25