Edição 567 Março/Abril 2018 | Page 19

T ú n e l Construção de dois túneis de traçado curvo exigiu atenção à baixa cobertura de solo, recalques e redes de utilidades Um túnel rodoviário sob a linha férrea da CPTM fez parte das obras de qualificação e readequação viária do centro de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. Tratam-se de dois túneis curvos, denominados por Túnel 1 (sentido bairro-centro), com 246 m, e Túnel 2 (sentido centro-bairro), com 115 m, que per- mitem a passagem de carros e ônibus. O complexo viário tem o nome de Jornalista Tirreno da San Biagio. A empresa projetista foi a GeoCompany - Tecnologia, Enge- nharia e Meio Ambiente, e o consórcio construtor foi integrado pela Engeform e Serveng Engenharia. A obra foi idealizada para extinguir a passagem de veículos pelos trilhos da CPTM, de modo que a passagem dos trens fi- casse livre das interrupções para a passagem dos veículos, que ocorria a cada três minutos. Na etapa de projeto e execução dos túneis foram enfren- tados diversas dificuldades, podendo-se listar como caracte- rísticas importantes da obra: a baixíssima cobertura de solo (3 m, entre o topo da escavação e superfície do terreno natural existente), o solo mole existente na região da escavação, o nível de água elevado e a impossibilidade de rebaixamento do lençol freático; a interferência entre a escavação e o centro históri- co da cidade e a interferência com a linha férrea e estação da CPTM próxima. A obra de passagem sob a ferrovia tinha como premissa de projeto a limitação dos recalques admissíveis na superfície, por dois motivos principais: não causar danos à operacionalidade da ferrovia e não causar danos às edificações lindeiras à esca- vação (centro antigo do município de Mogi das Cruzes). O pro- cedimento de rebaixamento do lençol freático por poços pro- fundos gera recalques superficiais, por esse motivo não pôde ser adotado nessa obra. Foram adotados para a drenagem da frente de escavação, drenos horizontais profundos a vácuo. O uso da linha durante a construção não foi interrompi- do em nenhum momento, não tendo sido necessária nenhuma mudança na rotina operacional da ferrovia. A locação física da obra impôs restrições e cuidados, sendo encontradas diversas dificuldades, como: área de implantação dos túneis ocasionando rampas com a maior declividade permi- tida nas valas, baixa cobertura sob a linha férrea sendo de 3,37 m para o Túnel 1, e de 3,00 m para o Túnel 2.