Edição 564 Novembro/Dezembro OE_564_final | Page 24

S a b e s p / O b r a s

Interligação constrói captação com fundação submersa

Augusto Diniz – Santa Isabel ( SP )
Fotos : Augusto Diniz
Estação de captação de água bruta com fundação submersa na represa de Jaguari
As obras de interligação das represas Jaguari , na Bacia do rio Paraíba do Sul , e Atibainha , que compõem o Sistema Cantareira , envolveram a construção de estação de captação com fundação submersa , um trabalho complexo e raro no País .
A obra da chamada Interligação Jaguari-Atibainha começou em fevereiro de 2016 e foi contratada pela Sabesp , com investimento de R $ 555 milhões , na modalidade RDC ( Regime Diferenciado de Contrato ) devido à necessidade premente de implantar o projeto e , assim , garantir mais segurança hídrica a Região Metropolitana de São Paulo ( RMSP ), que vivia então um período de escassez de água . Assim , os trabalhos – do projeto às execuções – ficaram a cargo do consórcio formado pelas empresas Serveng , Engeform e PB Construções .
A interligação inicialmente estava prevista para ser entregue no segundo semestre de 2018 , mas a operação poderá ser antecipada para o primeiro . As obras chegaram a ter no pico 1.300 trabalhadores entre agosto 2016 a agosto 2017 .
O empreendimento foi divido em três grandes frentes de trabalho : estação elevatória de Água Bruta Jaguari e estruturas adjacentes , localizada no município de Santa Isabel ; a adutora de 13,2 km , que percorre
MAPA MOSTRA O TRAJETO DA TRANSPOSIÇÃO parte expressiva do município de Igaratá ; e um túnel de 6,1 km escavado em rocha , cujo desemboque ocorre na represa de Atibainha , no município de Nazaré Paulista .
A Interligação Jaguari-Atibainha permitirá transferências de água a uma vazão média de 5,13 m ³/ s , com índice máximo de 8.500 l / s de Jaguari para Atibainha , e de 12.200 l / s no sentido contrário , se necessário .
ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUA BRUTA
A estação elevatória de água bruta , com potência de 30 mil cv ( 5 mil cv cada bomba ), é a mais complexa obra de interligação . Inicialmente , imaginou-se construir a estação elevatória adotando o tradicional método de ensacadeira dentro da represa para execução dos trabalhos . Mas o consórcio optou pela ousada fundação submersa , com uma ponte fazendo a ligação da estrutura com a margem .
Isso exigiu a montagem de um cais de balsas na represa para movimentação de cargas e execução dos serviços pela água . Foram cravados seis tubulões com 30 m de profundidade e 4,20 m de diâmetro , com cada estaca consumindo 230 m ³ de concreto .
O detalhe é que em cada fundação encontra-se o poço de sucção de água bruta da captação . É que após a cravação dos tubulões e concretagem das fundações , acoplaram-se a elas câmaras metálicas para formar os seis poços de sucção de água da estação elevatória dentro da represa .
Os equipamentos utilizados para montagem da superestrutura na água envolveram três balsas , sendo uma de 18 m x 42 m e duas de 17 m x 30 m , além de quatro guindastes entre 90 t e 230 t e um martelo de cravação de 20 t . Mergulhadores especializados deram apoio aos trabalhos submersos .
Bombas flutuantes , três em cada um dos seis poços de sucção , poderão operar dando continuidade à retirada de água quando a
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