Edição 499 - Jornal Informante 499 capa | Page 28

Inside 4 Gustavo Pimentel [email protected] Nos últimos dias estive conversando com muitas pessoas, dos mais diversos setores e de várias clas- ses socais, sobre as reformas que vêm sendo im- plementadas no Brasil, dentre elas especialmente a reforma trabalhista e a previdenciária. Não falarei nesse momento dos detalhes das re- formas, pois, quanto à trabalhista, tenho a impressão que até a entrada em vigor da lei, que se dará somen- te em novembro, poderão ocorrer, via Medidas Pro- visórias, algumas alterações em pontos nevrálgicos da lei. Portanto, não se surpreenda se o tão come- morado fim do “imposto sindical” ressurgir das cinzas antes mesmo da reforma trabalhista entrar em vigor. Já quanto à reforma previdenciária, como o governo vem cedendo dia após dia aos mais diversos grupos de pressão, é provável que, ao final da tramitação do projeto, a reforma seja totalmente modificada. Por mais que nos ideais deste escriba o liberalis- mo tenha forte influência, não posso ignorar o fato de que em Países de extensa dimensão territorial e marcados por graves discrepâncias sociais, como é o caso do Brasil, o modelo de forte influência liberal que se busca aplicar nas áreas trabalhista e previ- denciária precisa ser aperfeiçoado. E no contexto histórico até surgiram modelos in- termediários entre o liberalismo e o estado social, em que a atuação do estado se dava apenas de forma indireta, os chamados estados de bem estar social, notadamente no México e na Alemanha, no final da década de 10, e mesmo nos Estados Unidos, no pós- -quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, quando uma das principais características do New Deal, im- plantado por Franklin Roosevelt, era uma forma de atuação indireta do estado na economia. O Brasil até buscou importar esses modelos ao longo do último século, especialmente com a Cons- tituição de 1988 e com as agências reguladoras im- plantados pelo governo FHC, inspiradas no exemplo norte-americano. No início, até que funcionou bem. Porém, como sempre acontece no Brasil, acabamos errando a mão durante o processo e modificando completamente a ideia inicial. O Estado, que deveria controlar apenas o básico (do básico) nas questões sociais, acabou crescendo de tal maneira que virou o principal empregador do País, com um funcionalismo inchado em setores que não demandam qualquer intervenção estatal. As agências reguladoras, da mesma forma, deixaram de cuidar de pontos estruturais para se transforma- rem em verdadeiros cabides de empregos, incenti- vadores da burocracia estatal e braços políticos do poder nas mais diversas áreas. A julgar pelas primeiras impressões que tive, os exemplos que acima citei serão reforçados pelas con- sequências das reformas trabalhista e previdenciária. Se ambas as reformas eram extremamente necessá- rias (e quanto a isso não há a menor dúvida) e tinham no seu espírito boas ideias, o processo legislativo, in- fluenciado pelas negociatas escusas e pelos famosos grupos de pressão política e econômica, acabou des- virtuando completamente as ideias iniciais. A se con- firmarem essas minhas primeiras impressões, sofre- remos novamente por vários anos as consequências desse jogo político que tanto faz mal ao País. * Advogado SEXTA Maurício Paim Boteco Antonielle, às 22h Dany Leal Favorita Beer Store, às 22h SÁBADO Alex Lopez Boteco Antonielle, às 22h Banda Blackbirds República Beer, às 23h La Noche Latina Boteco do Chá, às 23h45min Atrações: DJ’s Silvio Lopes e Leivas A (má) infl uência do processo legislativo nas reformas do País Agenda FARROUPILHA, 18 DE AGOSTO DE 2017