IRA
John Sharpe
Quando nossos computadores
travam, nossos compromissos são
remarcados ou as pessoas vacilam,
somos propensos a ficar com raiva. Mas ser
incomodado não é uma razão moral para ficar
enfurecido. Podemos reclamar por estarmos
presos em um engarrafamento sem fim, mas
sem justificativa, porque nenhum código moral
foi violado. Os aborrecimentos e problemas da
vida são amorais, mas nossas reações carnais a
eles, incluindo a raiva injusta, são imorais.
É um problema universal. Todos nós lutamos
com a raiva. No entanto, toda vez que ficamos
irritados, o Senhor nos desafia como desafiou
Caim: "E o Senhor disse a Caim: Por que te
iraste? E por que descaiu o teu semblante?"
(Gênesis 4:6). Em outras palavras: "Você tem o
direito moral de ficar com raiva? Sua reação é
apropriada?". Se não conseguirmos responder
adequadamente a essas perguntas, então,
como Caim, enfrentaremos a perspectiva de
relacionamentos quebrados e oportunidades
perdidas que nos perseguirão pelo resto de
nossas vidas (Gênesis 4:13). A raiva infundada
e descontrolada vai minar seriamente nossa
relação com a família, com a igreja e no trabalho
ou na escola.
A Palavra de Deus nos diz: "Irai-vos e não
pequeis" (Efésios 4:26). Este versículo ordena
que nos iremos justamente, ao mesmo tempo
em que proíbe a raiva injusta. A ira justa flui
do conhecimento de Deus e do amor por Sua
santidade. Essa boa ira é contida e construtiva,
e sempre busca abençoar os outros e honrar a
Deus.
Aplicada Adequadamente
Nossa capacidade de nos irarmos está enraizada
no fato de sermos criados à semelhança e
imagem de Deus. A ira é uma emoção moral
dada por Deus; uma coisa boa construída em
nossa natureza humana. Devemos refletir a
indignação de Deus frente à injustiça e ao
pecado. Somos chamados a amar o que Cristo
ama e a odiar o que Cristo odeia (Hebreus 1:9).
Deveríamos ser motivados a intervir, decisiva
e construtivamente, quando testemunhamos
outros tentando afrontar os limites morais
definidos por Deus.
Se nossos filhos falam desdenhosamente
com nossos cônjuges e reagimos com uma
repreensão forte, mas controlada, deixamos
claro que o comportamento desrespeitoso é
errado e deve ser confrontado com firmeza. A
ira divina expressa amor por nossos cônjuges
e filhos. Ensina a nossos filhos o significado do
pecado deles e mostra como eles devem reagir
ao pecado de outra pessoa. Dentro da esfera de
nossa responsabilidade, expressar a ira divina é
a única resposta adequada ao verdadeiro erro
moral.
Omitida Pecaminosamente
Talvez os coríntios não pensassem que o
mundanismo, a imoralidade e a falta de ensino
bíblico claro na igreja envolviam ou afetavam a
eles ou suas famílias, por isso permaneceram a
uma distância segura e não fizeram nada. Paulo
lembrou-lhes que "um pouco de fermento
faz levedar toda a massa" (1 Coríntios 5:6).
Ele os alertou que seu conceito mundano de
tolerância levaria à insensibilidade, cegueira
espiritual e aceitação dos pecados alheios.
Quando eles finalmente agiram com ira divina,
no entanto, Paulo elogiou os coríntios, dizendo:
"Quanto cuidado não produziu isso mesmo em
vós que, segundo Deus, fostes contristados!
Que apologia, que indignação, que temor, que
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