Detectives Selvagens 2- Medo | Page 41

A forma do medo Tim, com uma expressão arrogante, regressando à secretária. Os dois pessimistas passaram a noite seguinte a discutir a evolução de várias figuras notáveis da história. Tendo-se raivosamente despojado de todas as suas ideias, tornando assim o mundo um lugar bem mais desagradável, acabavam a debater-se apenas com os seus postulados e teorias esgotadas. A humidade da madrugada instalava-se. As garrafas e os maços de tabaco iam já no fim. Tim, virando-se para o amigo e quebrando o silêncio constrangedor com um longo suspiro, disse: “Rick, sabias que o medo tem uma forma?” “É como o meu nariz.” “Perguntaste-me antes do que é que eu tinha medo. Deus me perdoe, mas tenho que confessar isto a alguém. Do que eu tenho medo é do próprio medo!” “Sim, mas isso é porque bebeste demais. Ou então, não o suficiente...” “É verdade o que te estou a dizer. Tenho medo de assombrações.” “Para um agnóstico isso parece-me um pouco...” “Agnóstico! Sim, tão completamente agnóstico que nem sequer sei que nada sei. Por Deus, homem, queres-me dizer 41