Detectives Selvagens 2- Medo | Page 38

Elia peattie (tradução de andré mendes) pousava um sorriso lascivo e sensual, que, quando capturava a imaginação de um homem, não mais o largava, e o assombrava até ao dia da sua morte. Era a encarnação do Eterno Feminino, com todas as características da maternidade e companheirismo deixadas de parte. Era uma anciã muito jovem, tão familiar como lágrimas de alegria ou tristeza. Cuidava de Tim de várias formas: alimentava-o bem, chamava-o à razão depois de períodos de violenta embriaguez, assegurava-se que cumpria todas as indicações que diziam respeito à sua saúde, e ainda lhe geria as finanças. Estimulava-lhe ainda a razão, pois acreditava que o cérebro de Tim era uma máquina muito bem oleada, podendo ser uma fonte de futura riqueza. Através da convivência com Tim e os seus pares, aprendeu que um vasto número de objectos aparentemente inúteis tinha valor aos olhos de alguns tolos convenientes, e guardava cuidadosamente os autógrafos de algumas figuras distintas com que Tim se correspondia. Autógrafos esses que, por vontade de Tim, seriam todos deitados ao lixo. Era muito cuidadosa com as cópias de apresentação dos autores, e incentivava várias vezes Tim a também ele escrever um livro. Tim, relu tante, dizia: 38