Detectives Selvagens 2- Medo | Page 36

Elia peattie (tradução de andré mendes) muito inocentes e delicados. Tornou-se grande consumidor de absinto, assim como outras menos requintadas bebidas espirituosas, e também um viciado no jogo, tudo com o simples propósito de escapar à modorra. À medida que os anos passavam evitava, com cada vez maior desdém, aquela parte do mundo a que chamava de filisteia, e convivia apenas com os companheiros que se reuniam no bar de Jim O'Malley. Agradava-lhe a solidão, e a maior parte das suas interacções eram apenas conversas de circunstância. Jim O'Malley era uma espécie de poema irlandês, escrito para inspirar moderação. Era, de facto, um mecenas hibérnico, que sabia não servir mau whisky a um homem de talento, ou contar histórias banais a cavalheiros de espírito mais arguto. O discorrer das suas opiniões sobre política, e outros assuntos da ordem do dia, tinham permitido a pelo menos três homens o granjear de alguma reputação a nível nacional. Um certo número de infelizes, daqueles cujas opções os levavam a ir morrer no estrangeiro, hospitais ou asilos, ao não terem ninguém para quem regressar, relembravam Jim O'Malley, e todo o ambiente acolhedor a 36