Detectives Selvagens 1 - Setembro 2014 | Page 95

Há histórias e histórias cadeia no topo do mundo onde vivia, ao cheiro dos cigarros destruídos sem perdão a invadirem o perfumado odor da maresia... Debruçou-se, encolheu-se, abraçou-se e apagouse… no limiar da ausência a previsão atmosférica para os nossos dias é deveras instável, nunca se sabe quando há tempestade, nebulosidade, probabilidades de abertas e raros são os dias de um sol intenso. Foi num desses dias que deliberadamente se desafiou a caminhar sem destino, aproveitando as correntezas de um ar puxado a nortada mobilizou-se a construir um novo caminho. Inquietantes pensamentos iam caminhando a seu lado, questionando-o a cada passo dado acerca do seu destino, sentia-se intrigado deixando-se levar sob uma premissa desconcertante até que uma série de ruídos o fizeram despertar para a realidade… ficou imóvel, tentando curiosamente perceber a que levara tantas vozes concentradas num local onde mais ninguém se movimentava. Estava tão só e ao mesmo tempo sentia uma multidão invisível a cercá-lo, o vento soprava sobre si num frenesim diabólico e não lhe deu alternativa senão a de correr desalmadamente até à porta mais próxima que enternecidamente o convidava a entrar. A porta fechou-se atrás de si com estrondo enorme que ecoou por todo o edifício… as vozes tornaram-se a ouvir na certeza que estava ali certamente alguém… Caminhou até ao hall de entrada de uma grande sala que se encontrava coberta de escuridão, na 95