HUGO PROENÇA
e alguns de uma tonalidade que mais vale nem nomear, tiras
de bacon, perna extra e afim, pós de excelso Querubim ou
Serafim, caroços de pêssego marinados, molho de leite de
burra e mostarda, que é teimosa e parda, envolvido em
suaves folhas de gelatina de doce de gila de um quintal em
Marvila. A conta da luz não sei onde a pus, a conta do gás
anda para a frente e para trás, a prestação da casa é que nos
arrasa, em coro repetido, na borda do prato vai comendo o
rato. Também morcego se passa por pato.
Pão de centeio, escuro como terra, barrado com granito
britado e alface frisada. Atum, não me digas, com ananás em
sopa de tomate cereja, salsichas frescas de sabe Deus.
Acepipes e arrufos, salamaleques de Outono, birras de meianoite e azeitona. Bem da cor da tua mona!
Paus de baunilha depreciada, pipocas avalizadas,
analisadas e standartizadas, bem arrumadas, gelados com
topping
de
elementos
mecanizados,
rodas
dentadas
temporizadas, chocolate preto, não! Negro como a noite e
grãos de café, casca de limão, varanda açucarada e cerejas à
caçador com ovo a cavalo pela porta aberta, resfolegando
copiosamente.
Queijinho fresco, de soja, bien sûr, grande mamífero,
preparado com pataniscas de componentes informáticos
desactualizados, discos rígidos obsoletos em hecatombe
pluricelular de cagabytes cozidos a lenha, queijo de arroz das
90