Detectives Selvagens 0 - Julho 2014 | Page 90

HUGO PROENÇA e alguns de uma tonalidade que mais vale nem nomear, tiras de bacon, perna extra e afim, pós de excelso Querubim ou Serafim, caroços de pêssego marinados, molho de leite de burra e mostarda, que é teimosa e parda, envolvido em suaves folhas de gelatina de doce de gila de um quintal em Marvila. A conta da luz não sei onde a pus, a conta do gás anda para a frente e para trás, a prestação da casa é que nos arrasa, em coro repetido, na borda do prato vai comendo o rato. Também morcego se passa por pato. Pão de centeio, escuro como terra, barrado com granito britado e alface frisada. Atum, não me digas, com ananás em sopa de tomate cereja, salsichas frescas de sabe Deus. Acepipes e arrufos, salamaleques de Outono, birras de meianoite e azeitona. Bem da cor da tua mona! Paus de baunilha depreciada, pipocas avalizadas, analisadas e standartizadas, bem arrumadas, gelados com topping de elementos mecanizados, rodas dentadas temporizadas, chocolate preto, não! Negro como a noite e grãos de café, casca de limão, varanda açucarada e cerejas à caçador com ovo a cavalo pela porta aberta, resfolegando copiosamente. Queijinho fresco, de soja, bien sûr, grande mamífero, preparado com pataniscas de componentes informáticos desactualizados, discos rígidos obsoletos em hecatombe pluricelular de cagabytes cozidos a lenha, queijo de arroz das 90