Desfazer as confusões pd52 | Page 65

Estamos prontos para crescer? Solange Srour Chachamovitz O período eleitoral trouxe consigo diversas dúvidas e incer- tezas. Será que o Brasil terá uma recuperação cíclica que diminua nosso enorme desemprego? Será que temos, de fato, capacidade de crescer sem gerar inflação e forte aperto da política monetária? Qual será a nova taxa de crescimento que nossa economia pode sustentar em médio prazo? As respostas a essas perguntas serão dadas nos próximos meses. Tudo vai depender das ações de curto e médio prazo do próximo governo. A desorganização econômica resultante dos últimos anos do governo Dilma, com a implementação da chamada nova matriz econômica, teve efeitos muito menos temporários do que o imagi- nado. O intervencionismo estatal, o aumento substancial dos gastos públicos e o descontrole da inflação tiveram impactos profundos no nível de confiança dos empresários e consumidores e, consequente- mente, na taxa de investimento e no consumo agregado. O governo Temer começou com uma agenda bastante positiva para o crescimento, mas não conseguiu colher os frutos. A fraca capacidade de reação da economia gerou enorme sensação de perda de potencial do Brasil em crescer. A economia não pegou no tranco definitivamente. Tivemos queda do PIB real de quase 6%, considerando-se o pico dessa série em março de 2014. Estamos hoje com o mesmo nível de PIB real de junho de 2011. O Brasil ficou parado no tempo por quase oito anos. Nesse mesmo período, 63