Desfazer as confusões pd52 | Page 45

Não obstante a vitória de Bolsonaro, aquele problema da sepa- ração entre política e sociedade mostrado em 2013 fica agora novamente colocado ao campo alinhado com a democracia polí- tica – vale dizer, o sistema representativo pluripartidário e o Estado democrático de Direito – que ora se movimenta para sobre- viver após enorme derrota. Tem como perspectiva de grande alento, mas que exige passos imediatos, o desafio de conquistar confiança no seio das duas grandes correntes que, há pouco, se pronunciaram nas urnas do segundo turno, pondo seu voto em um dos lados da polarização extrema, Bolsonaro e PT, discor- dando das suas ideias. Este campo moderado discerne esses eleitorados, qualifi- cando que eles se utilizaram do voto para evitar as consequên- cias da eleição de um dos candidatos da nova polarização, pois, de um lado, os que votaram em Bolsonaro já conheciam o passado recente da Era Lula, enquanto na outra ponta os que votaram em Haddad recusavam o autoritarismo do pós-64. As correntes do campo moderado – especialmente o que restar do PSDB, a REDE, o PPS, pequenos redutos do MDB de tradição da resistência política ao regime de 1964, incluídos pequenos seto- res novos na política e em outras áreas, principalmente os três primeiros por certo farão autocritica em relação ao passado até os dias atuais, e anunciarão reflexões em outros registros para a formulação de nova plataforma e modo de agir, a se conhecer suas manifestações iniciais nesta passagem de ano e em 2019, quando começa o governo da direita. A polarização das eleições de 2018 43