A palavra de ordem das forças democráticas não deve ser
“coragem” – uma disposição que deve existir sempre e ser vivida
com sabedoria e não com voluntarismo –, e nem “resistência”, pelo
menos por ora, mas “reflexão, estudos, debates”, como nos diz
Fernando Gabeira. E não apenas porque a conjuntura política se
alterou de maneira veloz e profunda, mas porque estamos em
plena “mudança de época”.
No interior das forças democráticas, urge refundar também o
campo da centro-esquerda. No essencial, trata-se de projetar e
fomentar uma política de reformas, do Estado e da sociedade, que
aponte para a emancipação plena dos indivíduos, defenda a
cidadania e abra horizontes para uma nova perspectiva de
sustentabilidade da vida face aos desafios da globalização e do
enfrentamento de suas crises, que hoje atingem dramaticamente
dimensões humanitárias.
Para ser crível e não se lançar à luta de olhos vendados, os demo-
cratas devem começar por saber o que fazer diante de suas circuns-
tâncias, com realismo e uma perspectiva generosa de futuro.
(PS/Este artigo foi publicado originalmente em Política Demo-
crática Online, 02/11/2018, p. 18-19).
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Alberto Aggio