Desfazer as confusões pd52 | Page 26

A palavra de ordem das forças democráticas não deve ser “coragem” – uma disposição que deve existir sempre e ser vivida com sabedoria e não com voluntarismo –, e nem “resistência”, pelo menos por ora, mas “reflexão, estudos, debates”, como nos diz Fernando Gabeira. E não apenas porque a conjuntura política se alterou de maneira veloz e profunda, mas porque estamos em plena “mudança de época”. No interior das forças democráticas, urge refundar também o campo da centro-esquerda. No essencial, trata-se de projetar e fomentar uma política de reformas, do Estado e da sociedade, que aponte para a emancipação plena dos indivíduos, defenda a cidadania e abra horizontes para uma nova perspectiva de sustentabilidade da vida face aos desafios da globalização e do enfrentamento de suas crises, que hoje atingem dramaticamente dimensões humanitárias. Para ser crível e não se lançar à luta de olhos vendados, os demo- cratas devem começar por saber o que fazer diante de suas circuns- tâncias, com realismo e uma perspectiva generosa de futuro. (PS/Este artigo foi publicado originalmente em Política Demo- crática Online, 02/11/2018, p. 18-19). 24 Alberto Aggio