reflete resultados de empate, 6 x 5 ou 7x 4, o que assinala incerteza
entre tribunais regionais, estaduais e entre juízes em busca da
aclamada segurança jurídica.
Não é fácil a constatação do desiderato do trabalho teleológico
de nossas autoridades policiais, ministeriais e judiciais. Mas a
sociedade civil vem se posicionando e se surpreendendo positiva-
mente com as vitórias parciais já conquistadas. O povo vem exer-
citando, através da história civil da humanidade, um papel crítico
-positivo através de vaias, aplausos e participação eleitoral.
Em Roma o exemplo negativo de um juiz corrupto de nome
Lucius Antonius Rufus Apius, que assinava suas sentenças com a
abreviatura LAR.Apius, fez comum a denominação larapius ou
larápio para designar os magistrados desonestos que envergonha-
vam a profissão na Roma imperial.
5. A Retórica como atitude na Grécia e na era atual
A advocacia grega se fez presente principalmente nos debates
democráticos em praça pública, como já nos referimos. Assim como
era comum na cidade de Esparta os cidadãos resolverem suas
pendências através de um desforço físico ou duelo onde se digladia-
vam em lutas de pancrácio ou pugilato (formas primitivas de boxe,
praticadas por Platão na sua Academia), em Atenas, sobretudo no
período pericliano, qualquer desavença de ordem civil ou penal era
motivo para alguém levar o pretenso adversário ao tribunal. Lá os
dois apresentavam seus discursos num debate oratório e teatral
visando a convencer os juízes da disputa acerca das teses e antíte-
ses trazidas ao cotejo da lide.
Demóstenes ficou conhecido em seu famoso debate com Ésqui-
nes, retratado na obra A oração da coroa que, ao lado da Apologia
de Sócrates, de Platão, constituem os maiores exemplos clássicos
de retórica e dialética gregas.
O cidadão ateniense teria que ser um bom orador para partici-
par da vida política da Polis e enaltecer o lugarejo de onde provi-
nha, o seu demos. Tinha de se fazer ouvir, chamar a atenção por
sua voz, despertar a multidão em assembleia. Essa habilidade
fundamental e oratória era lecionada pelos mestres da sofística
que, antes de cuidar da dialética (discurso interior do pensamento
em busca de uma lógica interna ou subjetiva), ensinavam a retó-
rica, o dizer alto e bem. A utilização oportuna de sons, cacofonias,
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Oscar d´Alva Filho