O mundo ficou mais complicado
Silvio Queiroz
J
air Bolsonaro, com nova composição de forças, vai tomar
posse na Presidência da República, em 1º de janeiro de
2019, e uma de suas responsabilidades será colocar o país
em sintonia com um mundo em mutação frenética. Não é preciso
ir longe no mapa-múndi, embora seja recomendável. A ordem das
coisas, inclusive na esfera mais externa da geopolítica, está sob
tensão máxima: qualquer movimento poderá ter alcance mais
longo que a duração do governo.
O novo presidente assume ao fim de um período em que o
Brasil, depois de ter ensaiado uma presença mais destacada, em
especial nos dois governos de Lula, retrai sua presença externa –
a ponto de ela ser cobrada por parceiros das mais variadas origens
e dos mais variados interesses.
Nas últimas semanas, debruçamo-nos sobre o mundo que
espera o próximo presidente, e transmitimos a seguir aspectos da
delicada realidade do mundo, em suas várias dimensões.
América do Sul
A vizinhança imediata do Brasil vive nos últimos anos um
processo de tensão em escalada relacionado à Venezuela. A crise
política, econômica e social aguda no país, projetada para o
subcontinente com a emigração em massa, transformou em
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