Desfazer as confusões pd52 | Page 128

saúde e segurança, mas também aos meios de subsistência (emprego e renda) e desenvolvimento pessoal. Os regimes democrá- ticos atuais são cada vez mais impotentes nesta missão. E estão cada vez mais sob fortes críticas. Tornam-se zumbis, mortos-vivos ineficientes, embora ainda com adeptos. Alguns estudiosos sugerem que se, ao invés de eleição, tivermos um sorteio para escolher nossos dirigentes, o resultado será muito similar. Os meios de comunicação existentes permitem hoje consul- tas rápidas e baratas sobre temas relevantes de interesse geral, o que nos dispensa de um Parlamento caro e pesado, repleto de mordomias e retrabalhos. O Parlamento pode se reunir plena- mente, uma vez a cada semestre, e semanalmente por meio de uma pequena comissão, sem necessidade do aparato imenso e custoso que detém o Parlamento brasileiro. Não há razão para que vereado- res de Câmaras de cidades com menos de 100 mil habitantes sejam profissionalizados e remunerados com dinheiro público. Enfim, dezenas de mudanças podem ser introduzidas no aparato do Estado reduzindo as mordomias e gastos inúteis. São milhões de recursos dos contribuintes gastos em coisas desnecessárias. A informatização é um caminho excelente para reduzir os gastos com pessoal e custeio do Estado, que não precisa ter uma burocracia assentada em regras e procedimentos completamente envelhecidos e desnecessários. É possível reduzir os custos e aumentar a efetivi- dade dos poderes públicos, inclusive do Judiciário. O orçamento estatal serve apenas para pagar dividendos, INSS e pessoal. Inves- timentos para educação, saúde e segurança são irrisórios. A filiação a um partido não pode ser o único caminho para a eleição de um representante político. Os meios econômicos não podem persistir como decisivos no processo de escolha eleitoral. As pessoas devem ter outros caminhos de escolha de seus repre- sentantes, e mecanismos de controle sobre suas atividades, podendo derrubá-los e substituí-los sempre que não correspondam às expectativas dos eleitores. É preciso criar alternativa aos parti- dos com donos e legendas de enriquecimento. Nenhum nem outro representa mais do que os interesses de seus dirigentes. É chegado o momento de abandonarmos a ideia de pequenos remendos no regime democrático, e partirmos para mudanças ousadas. E, talvez, a conjuntura política atual seja um momento favorável. Será que viveremos um momento similar ao que tínha- mos no Império, em que os liberais propunham e reverberavam, e os conservadores faziam? 126 Elimar Pinheiro do Nascimento