saúde e segurança, mas também aos meios de subsistência
(emprego e renda) e desenvolvimento pessoal. Os regimes democrá-
ticos atuais são cada vez mais impotentes nesta missão. E estão
cada vez mais sob fortes críticas. Tornam-se zumbis, mortos-vivos
ineficientes, embora ainda com adeptos.
Alguns estudiosos sugerem que se, ao invés de eleição, tivermos
um sorteio para escolher nossos dirigentes, o resultado será muito
similar. Os meios de comunicação existentes permitem hoje consul-
tas rápidas e baratas sobre temas relevantes de interesse geral, o
que nos dispensa de um Parlamento caro e pesado, repleto de
mordomias e retrabalhos. O Parlamento pode se reunir plena-
mente, uma vez a cada semestre, e semanalmente por meio de uma
pequena comissão, sem necessidade do aparato imenso e custoso
que detém o Parlamento brasileiro. Não há razão para que vereado-
res de Câmaras de cidades com menos de 100 mil habitantes sejam
profissionalizados e remunerados com dinheiro público. Enfim,
dezenas de mudanças podem ser introduzidas no aparato do
Estado reduzindo as mordomias e gastos inúteis. São milhões de
recursos dos contribuintes gastos em coisas desnecessárias. A
informatização é um caminho excelente para reduzir os gastos com
pessoal e custeio do Estado, que não precisa ter uma burocracia
assentada em regras e procedimentos completamente envelhecidos
e desnecessários. É possível reduzir os custos e aumentar a efetivi-
dade dos poderes públicos, inclusive do Judiciário. O orçamento
estatal serve apenas para pagar dividendos, INSS e pessoal. Inves-
timentos para educação, saúde e segurança são irrisórios.
A filiação a um partido não pode ser o único caminho para a
eleição de um representante político. Os meios econômicos não
podem persistir como decisivos no processo de escolha eleitoral.
As pessoas devem ter outros caminhos de escolha de seus repre-
sentantes, e mecanismos de controle sobre suas atividades,
podendo derrubá-los e substituí-los sempre que não correspondam
às expectativas dos eleitores. É preciso criar alternativa aos parti-
dos com donos e legendas de enriquecimento. Nenhum nem outro
representa mais do que os interesses de seus dirigentes.
É chegado o momento de abandonarmos a ideia de pequenos
remendos no regime democrático, e partirmos para mudanças
ousadas. E, talvez, a conjuntura política atual seja um momento
favorável. Será que viveremos um momento similar ao que tínha-
mos no Império, em que os liberais propunham e reverberavam, e
os conservadores faziam?
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Elimar Pinheiro do Nascimento