Desfazer as confusões pd52 | Page 11

Editorial O Brasil e os brasileiros enfrentarão, a partir de 2019, novos e complexos desafios, com a ascensão à Presidência da República, a partir do dia 1º de janeiro, do capitão aposen- tado e deputado federal, por várias legislaturas, o paulista Jair Messias Bolsonaro. Personalidade controversa, com certos comportamentos próxi- mos ao estilo do presidente estadunidense Donald Trump, o diri- gente máximo do nosso país, em toda sua trajetória, quer como militar quer como político, tem não apenas feito declarações públicas as mais extravagantes como adotado atitudes pessoais reveladoras de alguém com pouco domínio do bom senso. Vitorioso num pleito dos mais disputados e com característi- cas surpreendentes, sua ascensão ao Poder vai exigir das forças democráticas muito equilíbrio e pé no chão para que ele possa cumprir seu mandato, enfrentando os graves problemas em que o país está mergulhado e sem ultrapassar os limites constitucio- nais da lei e da ordem. Tem-se que considerar que o retorno da direita ao poder, desde o fim da ditadura militar, vai exigir muita atenção e muito equilíbrio das forças opositoras. Ser ou fazer oposição ao governo Bolsonaro não deverá signi- ficar – como ocorre com alguns partidos, sobretudo o PT – de colocar-se contra toda e qualquer iniciativa governamental, seja de ação concreta e direta do Executivo seja de iniciativa de propor algum tipo de reforma via Legislativo, mesmo que sejam ações indispensáveis à busca de uma saída para a crise. Alguns dos artigos que compõem esta edição, a de nº 52, concentram-se sobre o inusitado que foi o pleito eleitoral deste ano, sobre as forças políticas e as especificidades de sua compo- sição social e partidária assim como a postura delas, em diferen- tes momentos da disputa e após o resultado das urnas, revelador