Editorial
O
Brasil e os brasileiros enfrentarão, a partir de 2019, novos
e complexos desafios, com a ascensão à Presidência da
República, a partir do dia 1º de janeiro, do capitão aposen-
tado e deputado federal, por várias legislaturas, o paulista Jair
Messias Bolsonaro.
Personalidade controversa, com certos comportamentos próxi-
mos ao estilo do presidente estadunidense Donald Trump, o diri-
gente máximo do nosso país, em toda sua trajetória, quer como
militar quer como político, tem não apenas feito declarações
públicas as mais extravagantes como adotado atitudes pessoais
reveladoras de alguém com pouco domínio do bom senso.
Vitorioso num pleito dos mais disputados e com característi-
cas surpreendentes, sua ascensão ao Poder vai exigir das forças
democráticas muito equilíbrio e pé no chão para que ele possa
cumprir seu mandato, enfrentando os graves problemas em que o
país está mergulhado e sem ultrapassar os limites constitucio-
nais da lei e da ordem. Tem-se que considerar que o retorno da
direita ao poder, desde o fim da ditadura militar, vai exigir muita
atenção e muito equilíbrio das forças opositoras.
Ser ou fazer oposição ao governo Bolsonaro não deverá signi-
ficar – como ocorre com alguns partidos, sobretudo o PT – de
colocar-se contra toda e qualquer iniciativa governamental, seja
de ação concreta e direta do Executivo seja de iniciativa de propor
algum tipo de reforma via Legislativo, mesmo que sejam ações
indispensáveis à busca de uma saída para a crise.
Alguns dos artigos que compõem esta edição, a de nº 52,
concentram-se sobre o inusitado que foi o pleito eleitoral deste
ano, sobre as forças políticas e as especificidades de sua compo-
sição social e partidária assim como a postura delas, em diferen-
tes momentos da disputa e após o resultado das urnas, revelador