Date a Home Magazine | Jul / Ago / Set 2014 | Page 25

pelo passado musical e do sonho de cantar a lusofo-nia e todos os ritmos quentes que existem no Brasil, Angola, Cabo Verde e Portugal. Vamos encontrar o mesmo Olavo de sempre, “não consigo dividir-me, sou o mesmo nos Santos, na Resistência e agora neste projeto porque aprendi com todos. Aquilo que sou hoje é uma junção de todas as experiências que vivi.”

Perguntei-lhe se só agora foi altura certa para esta nova aventura. Responde-me que sim. “No passado não tive tempo, havia sempre alguma coisa para fazer. E agora estava claro que era isto que queria. E atirei-me de alma e coração a este novo álbum”.

De fato, nada acontece por acaso, diz a sabedoria popular. O maior ensinamento passou-lhe o pai. Humildade e paciência, “saber esperar, não andar depressa. Claro que quando era mais novo não me apercebia disto. Queria tudo rápido, tudo pelo caminho mais fácil. Agora é diferente e este álbum demonstra isso”.

Prepare-se para dançar. A musicalidade que vai encontrar vai levá-lo nesse sentido. Ouvir “O Pri-meiro Beijo” de Rui Veloso num tom de morna ou um Fado misturado com a música tradicional cabo verdiana ou brasileira, não vai deixar os fãs de Olavo Bilac indiferentes.

“Mas faço-o de forma humilde, à minha maneira, com o meu sentimento.”

Não existem chaves para o sucesso. E no caso de Olavo Bilac menos ainda. Ser músico e cantar foi um acaso da vida. “Quando a banda nasceu em Cascais começamos a escrever, uns foram para a bateria, eu escolhi a guitarra, mais tarde faltava alguém no bai-xo e lá fui eu, depois era necessário voz e comecei a cantar. Ficou. Não sei como porque sou muito tímido e subir a um palco por vezes é assustador. Na minha vida tudo acontece de forma muito natu-ral.”

Com a mesma naturalidade aceita que este ano é um ponto de viragem. Um ano cheio de novidades não só a solo mas também com o grupo dos anos noventa, Resistência.“ Não queremos fazer o mes-mo de sempre, queremos tocar algo novo e surpre-ender, por isso, estamos agora a gravar alguns te-mas com novas roupagens.”

Algumas músicas podem até estar esquecidas mas

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“Atirei-me de alma e coração a este novo álbum.”

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