nuindo os custos de contexto dos investidores.
Quais as principais medidas para fomentar o in-teresse de viver em Lisboa?
Criar condições de atratividade para trazer de volta os que saíram de Lisboa e fixar novos habitantes exige a tomada de medidas de largo espectro. Ter boas escolas e creches públicas e uma boa rede pública de assistência na saúde são fatores que pesam seguramente na hora de decidir, para quem está na altura de escolher.
A CML tem promovido nestas áreas programas como o Escola Nova composto por um conjunto de 115 intervenções entre construção de raiz e re-construção ou manutenção profundas de equi-pamentos. Também o programa "B-a-bá" já tem resultados. Novas creches construídas pela CML abriram já ou vão abrir em breve sob a gestão de IPSS que se candidataram para o efeito. Desta forma, estamos a alargar a rede de creches que era deficitária em Lisboa. Um bom incentivo para novas famílias se instalarem na capital.
Uma cidade com boa oferta cultural é também uma cidade atrativa para viver, sobretudo para aqueles que já lá trabalham mas que têm de ir dormir nos arredores. Espaço público cuidado, jardins reno-vados, ciclovias para percorrer a cidade ou pas-seios cómodos para a conhecer nas suas vertentes históricas ou contemporâneas é o que quem pon-dera vir viver para Lisboa tem em conta na hora de decidir. E a autarquia tem apostado no inves-timento nestas áreas ligadas à qualidade de vida. A descentralização de competências para as juntas de freguesia poderá ajudar ainda mais na manu-tenção dessa qualidade.
Qual o objectivo do programa “Uma Praça em Cada Bairro” e como é que isso influenciará a relação dos lisboetas com a cidade?
A ideia "Uma praça em cada bairro" é um conceito, um ponto de partida que não necessita forçosa-mente de se traduzir na criação física de uma praça. A ideia é criar um polo aglutinador e ao mesmo tempo dinamizador (até pode ser um equipa-mento) de renovação de toda a envolvente, seja no espaço público, seja nos edifícios particulares, seja nas atividades ou nas vivências locais. Volto a evo-car o exemplo do Intendente para ilustrar este con-ceito.
“Cheira bem, cheira a Lisboa”, será que estão a criar-se as condições para o pequeno comércio voltar a dar-nos essas sensações?
Não acho particularmente feliz a expressão pe-queno comércio, pois tem um alcance redutor. Prefiro utilizar o conceito de comércio local, que pode ser de grande ou pequena dimensão. O co-mércio local tem tido uma particular atenção por parte da câmara: o Lisbon Shopping Destination é um programa de divulgação que envolve as asso-ciações representativas do sector, com vista a pro-mover de forma organizada junto de potenciais mercados e consumidores áreas da cidade com uma vertente eminentemente comercial (Chiado, Rua Castilho, Campo de Ourique, Avenida da Liberdade, Alvalade, Benfica). Além disso, a CML está a estudar formas e instrumentos que contri-buam para a preservação das lojas com história na cidade e que sejam testemunhos patrimoniais da identidade da cidade.
Os versos desta canção, eternizada na voz de Amália, fazem-no reviver algum local ou experi-ência da sua infância?
Sim, Lisboa tem cheiro. Cheira a sardinhas assadas no verão, castanhas assadas no outono, sobretudo no Rossio. A café torrado ali para os lados de Sapadores e a maresia no Cais das Colunas, ao final da tarde.
Nas palavras de Edward Coke “A casa de um homem é o seu castelo”. E nas palavras de António Costa, o que é uma casa?
A casa é o espaço onde nos sentimos bem, sozinhos ou acompanhados. E nesse conceito de espaço podem caber várias dimensões: podem ser as paredes que nos acolhem para dormirmos ou convivermos com a família e amigos à mesa. Ou podem ser a ruas da própria cidade onde pas-seamos, disfrutamos um momento do seu pulsar quotidiano, sentimos os cheiros das comidas nos seus recantos, o calor do sol numa esplanada, ou uma paisagem à beira rio. A casa de um homem é, por isso, onde ele quiser e é sobretudo um espaço aberto..
Entrevista | Arrendar Lisboa Com Paixão | REGIÕES
AUDIO PUBLICIDADE