Date a Home Magazine | Jan / Fev 2014 | Page 13

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À Mesa Com | PERSONALIDADES | REPORTAGEM

partilha que agora deu lugar a um grande vazio lá em casa”, confidencia Maria João. No entanto, tanto Maria João como João Soares, tentam encarar esta mudança como uma nova fase onde o romantismo irá, certamente, preencher o vazio deixado por Miguel e Ricardo.

Quando João questiona Maria João acerca das suas vivências com as casas onde já habitou, os olhos desta brilham de emoção ao recordar a residência onde passou a sua infância. “A casa da minha madrinha”, revela de imediato. “Sonho recorrente-mente com ela. E sinto que um dia tenho de lá voltar. Era um quarto andar, sem elevador, cujas luzes se acendiam separadamente em cada patamar. Então, quando tocava para a minha madrinha abrir a porta, tinha de ir até ao quarto andar às escuras, apenas com a pequena luz que ela acendia no andar dela. Subia as escadas sempre cheia de medo”, relembra Maria João.

Assim que chega o prato principal, o músico João Soares confessa que, a seu ver, a área mais impor-tante da casa é a sala, um local de reunião familiar e onde ao final do dia se partilham as experiências do dia a dia. Já o seu local preferido para trabalhar e ensaiar as suas músicas “essa tem de ser a divisão que incomodar menos o vizinho”, comenta diverti-do.

Desde o início da refeição que, Maria João Abreu demonstra ser uma mulher de armas, com uma personalidade bastante vincada pelos bons prin-cípios.

E acaba por ser inevitável João e Yvette se relem-brarem da recente descoberta de Maria João que, ao entrar no programa televisivo “Quem julgas que és”, passou a saber que descende de uma das mais belas e memoráveis histórias de amor: D. Pedro e D. Inês de Castro. É com muita emoção que a atriz recorda o momento que, segundo ela, mudou a sua vida para sempre. “Entrei em catarse, chorei imenso e tiveram de cortar imensas cenas. Desde pequena que sou apaixonada pela história de amor de D. Pedro e D. Inês e lembro-me de pensar que quando morresse também queria ficar pés com pés com o meu amado para quando ressuscitasse ele ser a primeira pessoa que veria”. Maria João tam-bém descobriu que estava ligada a uma árvore genealógica repleta de mulheres fortes e luta-doras, sendo que, sem dúvida, herdou a genética dos seus antepassados.

“Esse foi o soneto que dediquei ao João no dia do nosso casamento e ele escreveu uma música para mim.”

Com a chegada das deliciosas sobremesas, João começa a recitar “O Soneto do Amor Total”, de Vinícios de Morais, e, de imediato, desenha-se um sorriso nos lábios de Maria João e de João Soares. “Esse foi o soneto que dediquei ao João no dia do nosso casamento”, afirma Maria João “e ele escre- escreveu uma música para mim”, acrescenta. Inevi-tavelmente, o dia do casamento vem à memória e recordam como aquele momento foi especial e partilhado com amigos e familiares à beira da praia.

Cumplicidade, partilha e muita emoção foram alguns dos sentimentos que temperaram um delicioso jantar entre dois casais apaixonados, que durante o serão trocaram histórias íntimas e emotivas.