REGIÕES | Arrendar Coimbra Com Paixão | Gastronomia
A que sabe a Paixão? Será doce, salgada ou picante? A bpm's decidiu ir à procura deste sabor pelas ruas da cidade de Coimbra.
Começámos pelo Café de Santa Cruz, uma referên-cia da cidade, situado na baixa em plena Praça 8 de Maio, e uma visita obrigatória para todos os que visitam a cidade e procuram senti-la em toda a sua essência.
Estivemos à conversa com o Vítor Marques, um dos responsáveis pelo ressurgimento do “crúzio”, um doce regional de Coimbra com raízes monásticas, que foi batizado com o nome dado aos antigos cóne-gos regentes do mosteiro de Santa Cruz e extensi-vamente a todos os que estavam agregados à insti-tuição inclusive D. Afonso Henriques, um dos seus fundadores, que “professou” como elemento da Ordem Terceira de Santa Cruz.
O “Crúzio” foi recuperado e apresentado em março de 2012 pelo Café de Santa Cruz, no ano do seu 89º aniversário, como homenagem ao cariz histórico do próprio café assim como à igreja e ao mosteiro de Santa Cruz. É confecionado com base numa receita antiga que remonta às origens do estabelecimento, utilizando os ingredientes tradicionais: massa de pasteleiro, farinha, manteiga, creme de ovo, amên-doa laminada com açúcar polvilhado e, arriscamo-nos a adivinhar, uma enorme dose de amor.
A experiência apaixonante de provar os “crúzios” começa mesmo antes de abrirmos a embalagem em que este doce é apresentado, criada a partir de por-menores do rico acervo decorativo do café e inspi-rada num dos seus vitrais.
Ao abrimos esta bela embalagem deparamo-nos, ainda antes de chegarmos aos doces, com um pe-queno papel vegetal que os cobre onde podemos ler um texto que contextualiza historicamente o seu nome de batismo e a reprodução do painel de azulejo situado do lado esquerdo da capela-mor da igreja de Santa Cruz.
Finalmente terminámos esta doce experiência com a prova dos “crúzios” que nos envolvem na sua história, que se confunde com a história de Coimbra e do país, e no amor com que foram confecionados e embalados e que nos fazem ter a certeza de que este é sem dúvida um dos sabores da paixão..
A experiência apaixonante de provar os “crúzios” começa mesmo antes de abrirmos a embalagem
TEXTO E FOTOS DE NUNO REAL
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