Date a Home Magazine | Abr / Mai / Jun 2015 | Page 81

A Música Mora Aqui | Personalidades | REPORTAGEM |

balhar ao lado dos melhores artistas também lhe valeu inúmeros pré-mios. Conta com quase meia cen-tena de discos de ouro, 21 discos de platina, 11 discos multiplatina e o Grammy Award de Melhor Álbum de World Music ganho por Gilberto Gil, com a sua produção.

Ao fim de uma carreira inteira a mover-se nos bastidores do meio artístico musical, surge um progra-ma que vem mudar tudo. O Factor X tirou-o do anonimato perante o cidadão comum. “Ao início tinha algum receio de ficar com a minha vida exposta. À merce de que uma pessoa me adorasse ou odiasse, por nada. Às vezes dizem-me: «Eu sou seu fã», o que é algo que me faz confusão pois não me conhecem, eu posso ser um cretino! Mas eu não sou uma personagem polemica, por-tanto a exposição que o programa me trouxe foi benéfica e abriu-me portas, levando o nome da Sony mais longe.”

A última edição do programa dei-xou-o especialmente orgulhoso por ter vencido com a concorrente Kika. “Foi uma sensação de «Finalmente fez-se justiça!» porque eu consi-dero que já devia de ter ganho na primeira vez, com a Mariana ou o D8. O Berg canta muito bem mas no Factor X andamos a procura de al-guém que tenha algo de diferente. O D8, por exemplo, não é um ex-celente cantor, mas a verdade é que entre os cerca de 40 países do mun-do onde passa o programa ele foi o único rapper que chegou a uma final! Neste momento, estamos a trabalhar com a Kika. Já tem um empresário, começa a fazer concertos e estamos a preparar reportório. Com o Factor X conseguimos quebrar o estigma de que isto é só um programa de televisão e depois não se passa mais nada com os artistas”, acrescenta.

Está quase a completar 34 anos de carreira mas não se vai “reformar” por aqui. O que se segue? “Tenho um enorme orgulho de ser diretor-geral da Sony Music Portugal, de trabalhar com uma equipa extraordinária e de termos dado uma volta incrível à empresa que esteve prestes a ser desmontada. Agora, talvez exista a possibilidade de regressar ao Brasil, é previsível que abra a posição de presidente da Sony Music Brasil e eu sou um forte candidato.”

Não há volta a dar, aqui ou do outro lado do Atlântico, a música mora com o Paulo Junqueiro. “Co-meçando pela quantidade de discos que tenho em casa, já nem tenho espaço para os guardar, passando pelos discos de ouro que acabam por fazer parte da decoração, ao próprio som sempre presente, seja por mim ou pelos meus filhos.” Tirando o gosto pela arte contem-porânea não liga à decoração, no entanto, sabe bem como seria a casa dos seus sonhos: “Um loft, ao pé do Castelo de São Jorge, de frente para o Rio. Com muita luz e uma vista incrível de 360 graus (ou, pelo menos, 180), e de preferência com uma sala suficientemente grande para ter uma mesa de snooker.”

|