Date a Home Magazine | Abr / Mai / Jun 2015 | Page 72

| REPORTAGEM | Personalidades | A Música Mora Aqui

É ambicioso, tem um X tatuado no ombro e veste-se de branco todas as sextas feiras. Move-se há mais de 30 anos no meio artístico musical e é o presidente da Sony Music em Portu-gal, (embora se esperem novidades para breve), mas provavelmente só lhe ficou a conhecer o rosto depois de ter sido jurado no programa Factor X. Definitivamente, a música mora com o produtor mais mediático do momento, hoje revelamos-lhe de que forma.

A sua entrada informal no aparta-mento reservado para a nossa pro-dução rapidamente desfez qualquer gelo que pudesse existir pelo fato de (ainda) não nos conhecermos. Calças de ganga, camisa casual e té-nis da moda. Ligeiramente diferente do que nos habituámos a ver na tele-visão. Mas uma coisa não mudara, e denunciava-o aqui como em qual-quer outra parte do mundo. A voz. Característica e inconfundível. Diz que não gosta de se ouvir. Que a pri-meira vez que se escutou na televi-são ficou horrorizado. Talvez por isso achasse que nunca teve jeito para cantar, embora me confessasse que a verdade é que tinha talento para pouca coisa. Sempre adorou música mas faltava-lhe habilidade para to-car. Tentou viola, piano e outros tan-tos instrumentos… Acabava sempre por desistir.

Uma coisa o jovem que nasceu em Coimbra e cresceu no Fundão per-cebeu desde cedo, que a vida “da aldeia” não era para si. Aos sete anos veio viver para Lisboa com a família, filho de um advogado e de uma professora, foi com os dois irmãos que se habituou a ouvir música. O primeiro single que comprou com o seu dinheiro foi Sex Machine, de James Brown, e o primeiro LP, Sticky Fingers, dos Rolling Stones.

A falta de talento para as mais di-versas áreas levou-o a conformar-se em seguir o mundo das letras, (mas não a de músicas). Inscreveu-se no curso de filosofia, e pelo segundo ano, sem ter assistido a uma única aula, chumbou. Sentiu-se injustiça-do e desistiu do curso. Sem rumo definido viajou até ao Algarve e foi de lá que recebeu um inesperado telefonema da irmã a dizer que o na-morado de uma amiga, que trabalha-va num estúdio de gravação ia sair e que precisavam de um assistente. Se ele estaria interessado? Tinha 21 anos e foi o início da mudança. Sem que nada o fizesse prever, o destino

“A música da minha vida é a Summertime in England, do Van Morrison. São oito minutos com vários ritmos, ambientes e uma letra bastante variada. Se fosse para uma ilha deserta apenas com um disco seria este. Sugiro a todos que a ouçam. "

72 bpm's

PALAVRAS DE: MAFALDA GALAMAS

IMAGEM DE: FRANCISCO RIVOTTI

VíDEO-REPORTAGEM: MANUAL DA FANTASIA