Date a Home Magazine | Abr / Mai / Jun 2015 | Page 56

| PERSONALIDADES | Entrevista

56 bpm's

tregue a si mesma, órfã de pai e de mãe, com poucos ou nenhuns apoios por parte de quem de direito, no-meadamente ao nível estatal, mas, sobrevivemos até aqui, quero acredi-tar que continuaremos a fazê-lo!

Considera que o formato de pro-gramas em direto que as 3 prin-cipais estações de televisão têm emitido de alguns anos para cá, realizados em várias e diferen-tes regiões do país, mais junto das populações, são bons para a música popular portuguesa?

Para a música popular, sim! Por outro lado, para outros estilos mu-sicais, não temos muitos programas de TV alternativos. Já lá vão os tempos em que tínhamos no ar, nas grelhas dos vários canais televisivos, uma boa meia dúzia de programas onde se podiam promover estilos musicais de todos os quadrantes!

As suas músicas são considera-das românticas, acha-se um ho-mem romântico?

Tem dias! Todos temos um romântico dentro de nós, embora não o consiga-mos ser a tempo inteiro, ninguém o é! Tenho, isso sim, um passado re-cheado de histórias, experiências e vivências, umas boas, outras nem tanto, e isso faz parte de mim, a tempo inteiro, e acaba sempre por se impor nas minhas canções, muitas delas escritas como se de uma folha de diário se tratasse e uma vez que não escrevo em diário, faço-o em forma de canções, conto as minhas histórias. É a minha forma pessoal de terapia.

Sendo um homem do Oeste, con-sidera esta região, com as suas praias maravilhosas e a névoa matinal, ideal para alimentar o romantismo e as paixões de que fala nas canções?

Sou um homem do Oeste, mas tam-bém sou um homem noctívago, pelo que, névoa matinal, só quando estou a sair do estúdio ás 8/9 da manhã, e depois de uma noite inteira a tra-balhar, não sei não, mas diria que não sou propriamente o homem mais romântico do mundo…

Mas sim, a região Oeste é riquíssima de lugares fantásticos para um bom passeio a dois, e a nossa gastrono-mia, recomendo vivamente, a dois ou a três!

É bom local para compor?

Qualquer local é um bom local pa-ra compor, a inspiração é uma força que não controlo, impõe-se quando menos se espera, quando uma can-ção quer nascer, comparo-o, meta-foricamente falando, a um verda-deiro parto, é uma força da natureza que quando começa, já não se pode parar, e é maravilhoso! Já escrevi canções em todo o tipo de locais, e alturas houve em que, mesmo nos lugares mais românticos e bonitos, não me senti tentado a compor! Acho que, mais importante do que locais