Cultura RPG | Page 28

Em outra ocasião, mestrei um jogo para outro grupo e, na primeira sessão, tive o velho problema que todo DM tem: juntar os personagens em torno de um objetivo comum.

Não por coincidência, quis ambientá-los no mesmo continente que havia criado para o primeiro grupo, a Nimaídia. Planejei um grande evento numa das principais cidades, Romani (esse nome aparece na música de Loreena McKennitt), que era o casamento do maior comerciante do reino.

Ou seja, todos se dirigiram para lá, e bastou um rebuliço para que os jogadores fossem os "escolhidos" como culpados.

A sentença foi expurgá-los da cidade e, no momento da expulsão, usei "Deirdre of the Sorrows", de Mychael Danna, para dar mais peso à cena. Eu falava enquanto a música instrumental tocava e os jogadores ficaram em silêncio, alguns até cabisbaixos. Um clima perfeito.

Mais tarde, este grupo tinha como missão investigar fatos estranhos num lago que ficava no centro da Nimaídia. Lá, encontraram uma torre "afundada" no lago, com apenas o último andar pra fora da água. Descendo a torre, a música usada foi "Didjeridoos and Don'ts", de

Phill Niblock. Era apenas isso: um didjeridoo, aquele instru-mento aborígene, tocando inifitamente. Uma nota só, praticamente, com poucas variações. Era tão contínuo e pesado que se integrou ao jogo, dando um clima de tensão a cada andar que o grupo descia.

Após enfrentar muitos desafios na torre, ao chegar no térreo, o grupo encontra um reino subterrâneo.

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Eu falava enquanto a música instrumental toca-va e os jogadores ficaram em silêncio, alguns até cabisbai-xos. Um clima perfeito.