Contemporânea Contemporânea #7 | Page 26

formação específica, mas são estritamente “bicos”. Aluguel de quartos em casa, oferecimento de cafés da manhã, preparação de coquetéis, direção de carros e condução de grupos de turistas, fazem parte desses “bicos”. É daí que deriva a impressão do alto padrão formativo do povo cubano, já que os turistas têm contato principalmente, como acima escrito, com pessoas bem formadas e que frequentaram o ensino superior. Estes são precisamente os que não exercem sua profissão, já que lhes está vedado, no mercado, oferecer sua expertise. O engenheiro civil que dirige um táxi não pode abrir um escritório de sua especialidade, como tampouco a arquiteta que oferece um

quarto em sua casa para pernoite ou a especialista em computação que prepara e vende café. como tampouco a arquiteta que oferece um quarto em sua casa para pernoite ou a especialista em computação que prepara e vende café.

Na medida em que os obriga a atividades que dispensam formação específica, o Governo Castro castiga os cubanos que frequentaram a Universidade. O país, com isso, desperdiça seus melhores recursos. Finalmente, chega a ser irritante que Cuba, com sua ciência e técnica, formação e conhecimento, com potencial comparável às nações industrializadas, nem sequer esteja perto e as alcance.

CUBA

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Sieglinde Jornitz é doutora em Filosofia e atua como pesquisadora no Instituto Alemão de Pesquisa Pedagógica Internacional, sediado em Frankfurt am Main/Alemanha. Seus principais focos de pesquisa são as políticas educacionais nacionais e internacionais, ensino e documentos visuais

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