Outras dificuldades enfrentadas pelos municípios
no tema da segurança pública
A falta de recursos e o sucateamento das estruturas policiais vão além das polícias estaduais. Vejamos o caso da Polícia
Rodoviária Federal, por exemplo. É normal viajarmos durante
horas por estradas federais e não vermos postos e nem viaturas
da PRF em funcionamento pleno. A Polícia Rodoviária é importante instrumento de proteção dos municípios, na contenção e
repressão ao tráfico, roubo de veículos e de mercadorias, assaltos violentos etc.
Já no caso das UPPs no Rio de janeiro, os policiais fazem
plantão em containers sem ar condicionado, sem banheiros,
tendo que fazer refeições com suas despesas ou contar com a
solidariedade da comunidade. As jornadas de trabalho são extensas. Mais uma vez a motivação e o moral da polícia são abalados.
O distanciamento entre o policial e a rua, e o bairro, começa pelo
desprestígio com que ele é tratado pelo próprio Estado.
São exemplos de que o custeio da estrutura policial chega
a ser mais significativo do que o investimento, e esse custeio
recai sobre os governos estaduais, que não aguentam o volume
de gastos.
É essencial saber se existem as condições para que uma
nova estrutura investigativa se viabilize, e quanto custa essa estrutura eficiente. Não há estudos, por exemplo, sobre as necessidades atuais das polícias civis nem se levantou ainda quanto
custa a desejada polícia eficiente (polícia científica, gestão, equipamentos, inteligência, tecnologia, ciclo completo etc.). Ou seja,
a eficiência não depende exclusivamente de um modelo de polícia única. Está faltando gestão.
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Conferência Nacional sobre as Cidades – Governança Democrática