Conferência Nacional sobre as Cidades | Page 91

integração de políticas, planejamento urbano, saneamento, praças, e ainda mobiliza as questões de gênero, juventude, raça etc. Tudo isso está relacionado em um Plano Municipal de Segurança Pública, em sintonia com as políticas estaduais e federais. Não basta construir uma quadra esportiva na comunidade. Não é só reforçar o policiamento. Tem que haver inteligência na ação e planejamento. Tem que haver diálogo entre as várias secretarias da prefeitura, e tem que haver integração das ações da prefeitura com as ações estaduais e federais. Para haver segurança, é necessário que a cidade seja social e economicamente justa. Não podemos mais fazer a discriminação entre políticas urbanas para ricos e para pobres. Não se pode ter postes de luz com LED na beira-mar e escuridão no subúrbio. Não se pode ter esquadrão antissequestro para os ricos e ronda ostensiva para os pobres. O município tem também um papel fundamental no tratamento das questões de gênero, que desencadeiam a violência contra as mulheres. Também é no nível do município que se pode realizar as melhores ações de educação contra a discriminação do segmento LGBT, raças e religiões. As drogas são um grande vetor do crime no Brasil e outros países, especialmente a pasta-base de cocaína que é um ponto de partida para os mais diversos tipos de crime. Grande parte da droga, que é consumida nas cidades, é distribuída por jovens, entre amigos, no cotidiano ou em eventos etc. Só se produz drogas porque há consumidores, e os consumidores vivem principalmente nas cidades. Se o crime organizado é caso de polícia, o consumidor e o pequeno trafica nte são problemas do município. As drogas causam o crescimento acentuado da população carcerária, especialmente entre os jovens de baixa periculosiSegurança 89