Conferência Nacional sobre as Cidades | Page 72

ties e no estímulo desenfreado ao consumo, mediante o comprometimento da renda futura das unidades familiares. Essa escolha foi pouco inteligente, pois mobiliza poucos fatores de produção internos, exporta empregos, movimenta pouco a economia, deixa o país sujeito às grandes volatilidades dos preços internacionais, além de gerar poucos impostos. Governar com orçamentos fictícios também gera desequilíbrios fiscais e macroeconômicos, pois eleva-se a despesa sem a contrapartida de receita estável. Como nossa Federação é um sistema de vasos comunicantes, desequilíbrios na União necessariamente impactam os municípios. Portanto, grande parte dos problemas que os municípios enfrentam tem a ver com os desgovernos macroeconômicos provocados pela União que tem impacto direto sobre as receitas e as despesas das cidades e, por consequência, sobre a vida de cada cidadão. É sabido que o país tem um modelo federativo que concentra recursos na União, em detrimento dos municípios. Ocorre que as pessoas vivem nos municípios, pagam seus impostos nos municípios e é nos municípios que elas têm acesso aos poderes públicos. Ninguém consegue ter acesso fácil à União ou aos estados. São os prefeitos municipais e os vereadores que sofrem as cobranças dos problemas do dia a dia das pessoas, sem ter os meios suficientes para resolvê-los. Sabe-se que em um país da extensão do Brasil existem municípios de diversos tamanhos e com os mais variados tipos de problemas. A seguir, apresentaremos sugestões que podem atender a todos, indistintamente, cabendo às lideranças locais fazer os ajustes necessários, de acordo com suas particularidades, sempre contando com o apoio da comunidade na busca das soluções que sejam as mais adequadas. 70 Conferência Nacional sobre as Cidades – Governança Democrática