Conferência Nacional sobre as Cidades | Page 30

Apesar do seu grande crescimento, em termos de população e riqueza, as cidades brasileiras engendram historicamente exclusões e desigualdades expressivas, bolsões de segregação social da malha urbana e graves problemas ambientais. Questões que não podem deixar de ser enfrentadas pela política municipal, incidindo também sobre as dimensões estaduais e nacionais. As cidades brasileiras devem ser pensadas de acordo com o nosso tempo. Um tempo de crise extensiva e profunda, de caráter antropológico e que necessita de um tratamento político-ideológico progressista e democrático. As cidades brasileiras necessitam de uma política clara que, além de enfrentarem seus problemas setoriais, com a eficiência requerida, como saúde, educação, segurança, mobilidade urbana, habitação e infraestrutura de saneamento básico, se estruture a partir de uma orientação consonante com o tempo de grandes transformações que vivemos, especialmente na esfera da comunicação entre pessoas, corporações e instituições públicas e privadas. No Brasil, as finanças públicas no plano municipal estão esgarçadas e são causadoras de um desequilíbrio catastrófico, ameaçando sua capacidade administrativa. Com o agravante de que tal desequilíbrio possa se acentuar em meio a crise mais geral que o país atravessa. É urgente repensar, portanto, um novo federalismo que reconquiste, no mínimo, a divisão econômicofinanceira dos recursos públicos conforme havia sido ditada pela Constituição de 1988. Faz-se necessário um novo federalismo que reequilibre financeiramente as regiões do país e possibilitem um novo salto qualitativo na vida urbana. 28 Conferência Nacional sobre as Cidades – Governança Democrática