COLÉGIO SANTO IVO Colégio Santo Ivo 50 anos | Page 47

de 1977 a 1986 DÉCIMO Semanalmente, reuniam-se no Santo Ivo para discutir questões pedagógicas Dr. José Carlos, Dona Conceição, então Diretora Pedagógica, e algumas professoras do então Primário. Em um desses encontros, o diretor perguntou à professora Maria Cecília, conhecida como Cecilinha, quantos alunos havia em sua classe. Intimidada pela presença do diretor, ela respondeu com a voz baixa: “com o Décimo, que chegou agora, há 11 alunos”. Dr. José Carlos cerrou o cenho, engrossou a voz e pediu que ela explicasse melhor, porque ele não havia entendido. Já nervosa, ela repetiu: “com o Décimo, que fez a matrícula esta semana, eu tenho 11 alunos”. Dr. José Carlos perdeu a paciência, fechou a cara de vez e disparou: “se a sra. tem dez alunos, como pode ter 11? Não sabe contar, por acaso?”. Foi quando Dona Conceição resolveu socorrer a professora: “Cecilinha, explica para ele que o nome do aluno é Décimo. Décimo Neto”. O que se seguiu foi uma explosão de gargalhadas na sala. A hilariante passagem, recordada pela ex-professora Nayda, dá uma ideia de como o diretor do Santo Ivo era visto. Um sujeito bravo e severo, curioso e extremamente justo. Assim é definida a personalidade de José Carlos de Barros Lima por muitos de seus alunos, familiares e funcionários. “Sempre falo que trabalhei em uma escola cujo patrão era sério, mas muito honesto, organizado, correto. Dr. José Carlos era muito jovem quando entrei, mas muito inteligente e curioso, e ouvia com muita atenção os conselhos dos que tinham mais experiência na área”, conta Nayda. A filha Myrna concorda. “Ele era uma figura que todo mundo temia. Tinha a fala sempre firme, era muito sério, não existia meio termo. É muito disciplinado e disciplinador. Marcou um horário, estipulou um prazo, acabou. Tem de cumprir. O que tira ele do sério é dar uma desculpa ou faltar com respeito. Isso ele não admite. Sempre foi muito bravo mesmo, mas hoje em dia, depois de um acidente grave que sofreu, ficou muito mais ponderado”, conta. “Apesar do rigor, ele sempre foi muito justo. Como um educador, está sempre ensinando algo a alguém. Por meio de exemplos, ele educa funcionários, colaboradores e familiares. Eu aprendo com ele constantemente”, completa Myrna. Dr. José Carlos e Myrian (à direita), em formatura dos alunos do 2º grau, em 1980 S AN T O I V O 5 0 A NOS 43