CineBA Volume 1 | Page 39

Hilda Lopes Pontes quis explorar o protagonismo feminino na sua obra, retratando dramas diários vividos por mulheres. O curta “Onze Minutos” conta a história de Elisa, que precisa chegar ao aeroporto, mas encontra o assédio no caminho. O filme não recebe este nome por acaso, já que a cada 11 minutos uma mulher sofre assédio no Brasil. A obra conquistou quatro prêmios no Festival de Cinema do Triunfo.

Realizado por Jamile Coelho e Cíntia Maria, o stop motion “Órun Àiyé: A criação do Mundo” retrata o surgimento da humanidade sob o viés das crenças afro-brasileiras. 27 mil fotografias foram tiradas durante a produção da película, rendendo um prêmio no Festival Internacional Brasil Stop Motion de 2015. Além de chamar atenção pelo uso da antiga técnica de animação, o filme conta com trilha sonora de Carlinhos Brown.

No filme “Muros”, as memórias construídas pelo fotógrafo Rodrigo Ferrari nos campos de refugiados do Líbano, Gaza e Jordânia ganham um paralelo com bairros marginalizados de Salvador. Para ele, a precariedade social vista nas favelas brasileiras – em especifico as retratadas no curta como as do Calabar e Nordeste de Amaralina – é semelhante ao que ele pôde ver nos países em conflito que visitou. A obra de Camele Queiroz e Fabrício Ramos foi eleita o melhor filme de 2015 pelo júri técnico do Festival de Cinema Baiano (FECIBA), sendo posteriormente exibido fora do país.

“O Tempo” foi rodado em 2017 e conta a história de um fotógrafo que, ao voltar a Salvador, encontra seu avô com as memórias fragmentadas pelo Mal de Alzheimer. A película do cineasta e jornalista esportivo do Jornal Correio Victor Uchôa revisita emoções vividas pelo próprio autor na relação com seu avô que desenvolveu a doença no fim da vida. A história levou Uchôa a diversas partes do território nacional e a concorrer no maior festival de cinema brasileiro nos Estados Unidos, o Los Angeles Brazilian Film Festival (LABRFF).

“Um Dia é da Vida, o Outro da Morte” tem direção de um aluno da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e chegou longe – no Festival de Cannes, na França, mais precisamente – retratando a insegurança do campus Ondina. Com o orçamento inicial de R$1,2 mil arrecadado através de crowdfunding, o curta de Caleb Lopes se desenrola quando um cadáver é encontrado na universidade e estudantes ficam presos dentro da instituição. Em meio ao caos, um aluno resolve fazer um filme.

39