Chicane Motores Vol. 2 (mensal) | Page 43

cronica ´ Mudança de marca de pneus no MotoGP _______________________________________________________________________________________ A marca japonesa de pneus Bridgestone é a fornecedora exclusiva de pneumáticos para o MotoGP, tendo pago muito dinheiro por essa exclusividade…até 2015. O que acontece é que o contrato entre o MotoGP e a Bridgestone termina no final deste ano e a estrutura que rege o campeonato do Mundo de motociclismo, decidiu não o renovar com os japoneses, optando pela entrada dos franceses da Michelin. A partir de 2016, a Michelin será a marca exclusiva de pneus, tendo pago rios de dinheiro por tal operação. O que torna a situação mais insólita é que a marca francesa exigiu uma “apresentação” dos novos compostos de 2016, antes da época deste ano começar, quando ainda se utilizam pneus Bridgestone. Como é óbvio os japoneses não ficaram contentes. Depois dos testes de Sepang (23 a 26 de Fevereiro), as equipas e os pilotos tiveram um quarto dia para puderem experimentar os novos compostos da Michelin. Serviu para um aperitivo do que irá ser 2016. O problema é que a Bridgestone, como pagou a exclusividade do campeonato até 2015, decidiu obrigar as equipas a não darem muitos pormenores aos media acerca dos treinos desse dia, estando no seu direito. Pelo que pudemos apurar, os mais rápidos do dia foram Márquez e Dovizioso, mas sem cronometragem oficial. O pior esteve reservado para Lorenzo, que escapou a um acidente muito feio, na curva 3 do traçado malaio, uma curva rápida. Pelo que parece os culpados, desta e de mais 3 quedas (Dovizioso, Miller e Aleix Espargaró) foram os pneus Michelin. Resultado de pneus traseiros com demasiada aderência e pneus frontais com menos aderência. Não foi um ensaio promiss or para os franceses, que se desculparam com a diferença de aderência dos seus pneus frontais em relação à Bridgestone. Logo, os pilotos não estariam habituados a essa diferença. A luta no campeonato já começou, mas não entre pilotos e equipas, apenas entre marcas rivais, que não podem perder a sua reputação dentro dos desportos motorizados. Compreendemos que, por uma lado a Michelin queira criar os melhores pneus possíveis e para isso precisa de feedback dos pilotos o mais cedo possível, e compreendemos que a Bridgestone não esteja disposta a “patrocinar” testes a empresas suas rivais, como tal declarou um total blackout às equipas. O que já não compreendemos é que aqueles que têm de zelar pela segurança dos pilotos, porque é daí que advêm os seus lucros (falamos dos promotores do MotoGP), pudessem marcar este ensaio com a Michelin para depois de 3 dias esgotantes de testes, quando a força física dos pilotos já era diminuta. Foi por acaso que nenhum piloto saiu lesionado das quedas feias que sofreram, mas o mesmo já não se pode falar das motos, como foi o caso da Ducati que ficou sem moto depois da queda de Andrea Dovizioso (a única que tinham à disposição na Malásia). Chicane Motores | 43