Enquanto o consumo per capita de alimentos nos países
desenvolvidos andava em torno de 3.300 kcal/pessoa/dia,
nos países da África Central caía para 1.820 kcal/pessoa/
dia4 inferior à quantidade mínima necessária para manter
os refugiados saharauis, segundo o PAM (Programa Alimentar Mundial), 2.100 kcal/pessoa/dia.
A concentração e a centralização do capital e, consequentemente, dos mais variados recursos, é uma lei natural no
capitalismo. Os dados até agora não fazem mais que confirmar essa conhecida tese de Marx.
Por paradoxal que isto possa parecer, o crescimento da
produção de alimentos a uma taxa superior à do crescimento da população mundial não vem contribuindo para a
redução dos preços dos alimentos. O que se observa é que
eles estão subindo como demonstrado no Quadro 7, à
página seguinte.
É interessante comparar a evolução dos preços dos alimentos com a dos salários. Tomando o período 2000-2011,
vemos que os salários reais médios variaram,5 conforme a
Tabela 8, à página 72.
4 ChartsBin Statistics, 2011. FAO. 2009. The State of Food Insecurity in the
World: Economic crises – impacts and lessons learned. Rome.
5 Global Wage Report 2012/13-International Labor Organization (ILO) –
United Nations.
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Capitalismo e população mundial