O tráfico negreiro termina no final do século XIX mas a
migração da Europa para a América continua forte ainda
nas primeiras décadas do século XX.
Depois disso, quando o exército de reserva representado
pelos desempregados e pelos trabalhadores rurais do
próprio país se reduz, empurrando os salários para cima, os
países desenvolvidos, principalmente a Europa e os EUA,
estimulam a imigração do então chamado terceiro mundo.
Exemplo disto é que, a partir de 1960, face à relativa escassez de mão de obra na América do Norte, as leis de imigração são alteradas para facilitar o afluxo de trabalhadores
estrangeiros especializados.
Nos anos 1980, o movimento migratório na Europa muda
de sinal e ela passa a receber mais migrantes que aqueles
que ela envia para outros países. Neste ano, a população
migrante no mundo não chegava a 100 milhões de pessoas,
ou 2,2% da população mundial. Em 2005 ela chega a 190
milhões ou 2,9% da população mundial. Assim, em média,
entre 1980 e 2005, a população migrante no mundo cresceu 3,6 milhões a cada ano. Desses, a Europa e a América
do Norte respondem por 57% do total.2
Dados sobre a população migrante global na primeira
década do século XXI mostram que a América Latina, África
e Ásia tiveram uma perda líquida de migração enquanto a
Oceania, principalmente a Austrália e Nova Zelândia, EUA,
Canadá e Europa tiveram um ganho substancial.
2 United Nations Population Division (cf. Peter S. Li in: World Migration in
the age of Globalization).
Movimentos do capital
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