Modelo semelhante ao de Colin Clark foi elaborado para
a Europa, por Jean Fourastié, em 1954. Ele mostra e
destaca, com a ajuda de três curvas, a evolução do
emprego da era pré-industrial à era pós-industrial (projeção). Em torno de 1800 o setor primário ainda representava na Europa 80% das atividades econômicas. A sociedade passou, num intervalo de tempo aproximado de
200 anos deste estado de “civilização primária” àquele
de uma “civilização terciária”, onde o setor terciário
representaria hoje em torno de 80% das atividades.
O setor secundário passa por um máximo nos anos 1950,
quando emprega algo em torno dos 30% da força de
trabalho na Europa, caindo depois continuamente.
Em 2010, segundo o INSEE,7 o setor primário ocupava
2,9% da força de trabalho francesa, o secundário 22,2% e
o terciário 74,9%. No caso da Alemanha os números são
1,6% para o primário, 28,4% para o secundário e 70% para
o terciário. Para a Europa dos 27, os números são 5,1% no
primário, 25,2% no secundário e 69,6% no terciário, o crescimento do peso do setor primário com relação aos acima
indicados devendo ser creditado à Grécia, Portugal e a
alguns países do antigo campo socialista.
Alguns estudiosos8 constatam que, do ponto de vista do
progresso tecnológico o setor primário se caracteriza como
médio, o secundário como forte e o terciário como fraco.
Esta proeminência do secundário por certo está ligada à
forte tradição de luta da classe operária e à competição
7 Instituto Nacional de Estatística e de Estudos Econômicos da França.
8 C. Clark; J. Fourastié e outros.
A composição orgânica do capital e a população
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