Como o crescimento da população está intimamente
ligado à demanda de trabalho, às possibilidades de
emprego, ele vai variar com a parte do capital destinada ao
fundo de trabalho, isto é, o capital variável. Acontece que,
no processo de acumulação, as duas partes do capital não
crescem no mesmo ritmo. “A parte que se transforma em
salário diminui enquanto aquela que é capital constante
aumenta... quando acontece uma diminuição da população
operária, acontece a redução da oferta de trabalho e
aumenta seu preço, o salário, o que conduz a acelerar
o recurso à utilização da máquina, a transformação do
capital circulante em capital fixo e consequentemente a
criação de um excedente de população, que não é devido
á carência de meios de subsistência mas à uma demanda
de trabalho insuficiente”.2
O Gráfico 2, à página seguinte, representa a variação da
relação capital fixo/horas trabalhadas nos EUA e na Europa
(Alemanha, França e Inglaterra) de 1946 a 2000 (relação
capital – trabalho em milhares de US$ por hora; o capital é o
estoque líquido de capital fixo, ajustado pela inflação, o qual
foi dividido pelo número de horas trabalhadas). Mostra que
o capital fixo, no longo prazo, cresce mais rapidamente que
o capital variável.
É importante frisar que o numerador da relação representada neste gráfico – o capital fixo – não constitui o valor
total do capital constante, já que não leva em conta o valor
das matérias-primas, dos combustíveis etc., (parte constante do capital circulante embutido nas mercadorias) o
2 O capital, de K. Marx. Cap. XXIII. p. 187. São Paulo: Abril Cultural, 1984.
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Capitalismo e população mundial