nais, em particular matérias-primas e meios de transporte,
a indústria coloniza e provoca a urbanização.5
Na contramão dessa urbanização, o capital também transforma centenas de cidades em cidades-fantasmas. Das
cidades construídas em torno de minas que se esgotaram,
como foi o caso de Hashima Island, no Japão, e Humberstone, no Chile, passando por Fordlândia, no Brasil, até
chegar ao exemplo mais chocante, Detroit, nos EUA, onde
os interesses da indústria automobilística deixaram mais
de 78 mil imóveis vazios, habitados por mendigos e drogados, transformando-a na segunda cidade mais violenta
dos EUA.
Deste modo, as transformações urbanas atraem ou não o
capital, facilitam ou não sua implantação mas não jogam o
papel decisivo na reprodução da população sob o capitalismo; ao contrário, são as necessidades e as leis da reprodução do capital, dentre elas a taxa de lucro, a concentração e a centralização do mesmo que regulam a necessidade
de uma população trabalhadora e sua alocação espacial.
Neste sentido é interessante observar o modelo teórico
desenvolvido pelo demógrafo norte-americano Warren
Thompson, elaborado a partir de suas observações das
mudanças experimentadas das taxas de natalidade e
mortalidade de diversos países nos últimos 200 anos,
conhecida como “transição demográfica”:
5 CASTELLS, Manuel. A questão urbana. São Paulo: Paz e Terra, 2006.
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Capitalismo e população mundial