Capitalismo e população mundial | Page 18

Apesar das advertências de setores mais lúcidos da população, como as expressas pelo chamado Clube de Roma e por cientistas e pesquisadores como J. Cousteau – para não falar das advertências dramáticas de chefes de Estado como M. Gorbatchov – que, no século passado, diziam ser impossível estender tais padrões à população do planeta daquela época, cumpre notar que nas três ou quatro décadas decorridas eles não se alteraram substancialmente: apesar de algumas vitórias, que resultaram em acordos limitados como o Protocolo de Kioto, as emissões totais de CO2 equivalente aumentaram “ultrapassando 50 bilhões de toneladas em 2010, quase 31% acima de 1990”.1 Um renomado demógrafo canadense, prof. Nathan Keyfitz,2 dizia em 1989 que “esperar que restrições naturais intervenham para limitar o tamanho da população é aceitar a fome, baixos padrões de vida, desemprego, instabilidade política e destruição ecológica. A sociedade não aceita tais opções. É necessário encontrar caminhos para frear o crescimento da população e modificar a atividade humana de maneira a torná-la ecologicamente mais benigna”. Pelos dados acima, referentes às emissões totais de CO2, parece que nos últimos 20 anos o desejo da 1 O Globo, 29/11/2012, p. 42. 2 The growing human population, Scientific American, sep./1989, p. 119-126. 16 Capitalismo e população mundial