42 | Entrevista
MIGUEL
GOUVEIA
Por: Catarina, Rititi & Margarida
Entrevista | 43
Mais do que um mundo de descoberta e partilhas, a blogosfera é um
lugar onde todos nós podemos arriscar mas nem todos temos essa
coragem. O blogger Miguel Gouveia
não tem esse tipo de medos e é um
grande caso de sucesso, com uma
grande legião de seguidores e comentários num blogue que se dedica à escrita leve e contagiante sobre
lifestyle.
Blogazine: A blogosfera, a nível de moda e lifestyle, é dominada pelo sexo feminino. No
que é que o teu blogue se diferencia de todos
os outros?
Miguel: Sim, de facto, é verdade. O mundo dos
blogues é dominado pelo sexo feminino em pleno e foi nesse sentido que me decidi lançar. Após
vários meses em pesquisa e em busca de inspiração para mim próprio, vi que havia muito poucos
bloguers masculinos portugueses. Nesse sentido,
e dado o meu gosto pela escrita, decidi lançar-me.
Queria fazê-lo sem medos e com o intuito de quebrar tabus e creio que é isso que me distingue: o
facto de falar de tudo e sem medos; de envolver a
moda e o lifestyle masculino em todos os níveis
e, claro, de escrever acerca de toda essa panóplia
de assuntos de forma muito transparente e sem
rodeios.
B: Como surgiu a paixão pela moda?
M: Sempre gostei muito da área da moda, da beleza e do lifestyle. Desde que me conheço, sempre
me entusiasmei por reportagens, revistas e sites
que abordassem essa temática. Sempre gostei de
roupa e acho que os meus próprios pais me incutiram isso em mim porque sempre se vestiram de
acordo com as suas personalidades. A par de tudo
isso, li muito acerca de tudo um pouco e foi a partir daí que a paixão surgiu.
B: O que te fez criar um blogue?
M: Foram vários os fatores que pesaram na altura
em que decidi criar o Pieces. Em primeiro lugar,
foi o meu enorme gosto pela escrita: sempre gostei de escrever acerca de tudo e acerca de nada;
contudo, nunca escrevo somente porque sim. Em
segundo lugar, foi o facto de eu gostar de pesquisar e de ter descoberto que, de facto, eram muito
poucos os blogues masculinos que eu tinha para
me inspirar. E, por fim, porque queria quebrar todos os tabus possíveis e imaginários nesta área,
facto que só foi possível graças à minha persistência, ao meu empenho e aos melhores seguidores
(os meus, claro). (risos).
B: Sentes que arriscas quando abordas algum
tema que o público poderá não estar à espera?
M: Completamente. Mas já não o faço com medo.
O princípio do blog foi muito complicado e algo
conturbado porque não conhecia ninguém, não
tinha em quem me apoiar e pensei que ninguém
me iria querer ler ou saber deste género de assuntos. Publicava sempre com receio mas as pessoas
começaram a ser muito recetivas. Assim sendo,
comecei a arriscar mais e mais. Comecei a apostar mais no design dos posts, a ter uma linguagem
mais aberta e transparente e isso cativou o meu
público. É por tudo isto que já não sinto medo de
arriscar porque sei que as pessoas entendem as
minhas entrelinhas e entendem onde quero chegar.
B: O que é que o teu blogue já te trouxe de bom?
M: Muita coisa. Trouxe uma maior autoconfiança, uma maior autoestima. Mudou a minha forma
de pensar, de estar e de ser. Tornou-me uma pessoa mais completa, capaz de partilhar devaneios
de uma forma diferente e construída. Trouxe-me
pessoas incríveis e possibilitou-me conhecer novos mundos que, até então, eram completamente desconhecidos. Ao fim ao cabo, fez-me crescer
muito!