BLOGAZINE | Page 40

40 | 41 | textos | contos bem, se não gostarem... Tchau!” [risos] (Mikel Shiraha): O Henrique tem de criar uma peça em que possas andar nu a fazer acrobacias! [risos] que começas a entrar na personagem, tu esqueces-te completamente. Eu esqueci-me e continua a acontecer! Não me custa nada, quando estou nos bastidores ou nos agradecimentos! No entanto, quando me cruzo com pessoas que já me conhecem, é um bocado constrangedor! [risos] Isso é algo muito engraçado, porque este é um espectáculo onde tu estás muito à-vontade, mas quando acabas, pensas: “Ui! E agora?” Isso acontece porque aí já és tu próprio, não a personagem! (Fábio Constantino): Eu bem tentei, mas ele não quis! [risos] (Mikel Shiraha): Já vos aconteceu alguma situação constrangedora, enquanto actuavam? (Fábio Constantino): Curiosamente, comigo foi um bocado engraçado porque eu tenho dificuldades com as coreografias e a movimentação... Tipo se for no ar, muito bem, agora no chão... é mais difícil! [risos] (Henrique Feist): É verdade, ele bem quis! [risos] (André Oliveira): [risos] (Fábio Constantino): Na audição, eu aprendi a coreografia vestido e passadas umas quantas vezes, sentia-me estranho, as coisas não fluíam naturalmente. [risos] Assim que me despi, pensei: “Agora vai ou racha!” [risos] Fiz tudo bem logo à primeira, sem erros. Foi lindo e maravilhoso! [risos] Pensei: “Que fixe! Afinal estar despido é mais fácil do que aquilo que eu imaginava!”. [risos] E pronto, se calhar até me ajudou a entrar no papel, porque depois quando recomeçamos a trabalhar nas coreografias, voltei a estar vestido e já não foi assim tão bom! [risos] (Marcelo Rodrigues): Estar despido é um desbloqueador. (Pedro Paz): Há sempre uma primeira vez! [risos] [Marcelo Rodrigues]: Para mim estar despido são coisas que se fazem. Eu quando fiz um exercício em que fiz de Ricardo II, na cena que se passa na prisão, fazia-o despido. Não para tanta gente, é certo, era uma coisa muito mais pequena. Portanto, eu já tinha actuado nu. Quando estava em palco, pela primeira vez, para fazer este espectáculo, estava pouco à-vontade. Mas, a partir do momento, em que começas a falar, a cantar... A partir do momento em (JP): Conta-nos, André! [risos] (João Lopes): Eu conto! [risos] (JP): Contam os dois! [risos] (João Lopes): Uma das coisas que me aconteceu foi no número em que faço de criada, um certo indivíduo da plateia começou a abusar, pois fartou-se de lançar imensos elogios... Eram bons elogios, mas achei aquilo exagerado e desnecessário. Ele falava tanto e tão alto, que mesmo eu estando a cantar, conseguia ouvi-lo. Mas tirando isso... Olha, eu assumi a minha personagem e fiz-lhe um ar “daqueles”, do tipo: “Morre!” [riso geral] (André Oliveira): Um momento Normalmente é esquecer-me da letra! constrangedor? (Mikel Shiraha): E piropos? [risos] (André Oliveira): Eu sou o único que não recebe piropos! [faz carinha triste] [riso geral] textos | contos (JP): Ohhhh, tadinho! [riso geral] Ele recebe sim! Recebe piropos do género: “Oh amor, estamos aqui!” E também: “Faz-me um filho!” [riso geral] (André Oliveira): O que é que queres que eu diga a essas pessoas? [risos] (Pedro Paz): Eu posso dizer que em relação à minha personagem... Sim, há alturas em que me sinto constrangido porque vejo caras estranhas a olharem para mim, a pensarem: “Oh meu Deus, o que é que ele está a fazer?” [risos] A minha personagem é uma vedeta porno que em cena tem determinadas “posições” e ainda por cima, eu estou nu e estou em posições que por vezes deixam o público desconfortável e eu também, às vezes. Agora já menos. No início estava desconfortável e sim, essa foi uma das situações mais constrangedoras para mim, em cena. Houve outra situação constrangedora, que ocorreu na estreia, em que tenho de subir as escadas sem olhar para os degraus e foi constrangedor porque eu, antes de começar a subir as escadas, pisei uma grande poça de suor. Nós dançamos muito e suamos, o que é normal. Eu pisei a poça mesmo à boca da escada e para subir, foi complicado! [risos] Foi complicado ter que subir a escada de metal com o pé a escorregar! Eu só pensava: “Oh meu Deus! Eu voume espalhar, completamente!” [risos] Mas pronto, correu bem! (Mikel Shiraha): Vocês acham que os temas abordados são suficientes? Pensam que valeria a pena explorar outras situações do universo masculino? (JP): Eu acho que não. Neste musical tanto tens temas q Ք